Notícia
Quem são e o que pretendem os dois candidatos à presidência de França
Quando no próximo dia 7 de Maio os eleitores franceses se deslocarem às urnas não deverão ter dificuldades em distinguir os dois candidatos, e respectivas propostas, dos dois candidatos à presidência de França. A escolha será entre o liberalismo económico de Macron e o proteccionismo de Le Pen.
23 de Abril de 2017 às 23:52
Emmanuel Macron
Movimento pró-europeu
PERFIL
Foi a primeira surpresa desta campanha, ao transformar-se no candidato mais bem colocado. Emmanuel Macron, ex-banqueiro do Rotschild sempre foi precoce: em criança recitava poesia e aprendeu a tocar piano. Foi ainda no liceu que se envolveu com a professora Brigitte Trogneux, ainda hoje sua mulher e que é 24 anos mais velha. Oriundo de uma família burguesa, fez o percurso tradicional da elite política gaulesa, licenciando-se em Filosofia. Ingressou no Partido Socialista com 24 anos mas só assumiu funções relevantes na política quando, em 2012, se tornou conselheiro para a área económica do presidente François Hollande.
Em 2014 torna-se ministro da Economia para fazer reformas há muito adiadas, tendo promovido a polémica reforma laboral, que terá levado à sua demissão em 2016. Depois disso, formou o movimento Em Marcha.
PROGRAMA
Diz não ser de esquerda nem de direita, mas é assumidamente liberal na economia (rivalizando aqui com Fillon) e nos costumes. Quer concluir a reforma laboral que implementou, flexibilizando ainda mais as leis do trabalho e também a semana laboral de 35 horas. Reduzir a carga fiscal sobre as empresas e a responsabilidade social destas. Porém, em contrapartida para a maior insegurança laboral, propõe um alargamento da protecção do subsídio de desemprego, mas com maior fiscalização e exigências aos subsidiados (tal como acontece em Portugal). É contra o aumento do salário mínimo e quer manter a idade de reforma nos 62 anos. Quanto ao sector público, defende na despesa de 60 mil milhões de euros (2,7% do PIB) em cinco anos e uma redução de 120 mil funcionários públicos (muito longe dos 500 mil de Fillon). Porém, a escola pública é uma excepção e aí defende um reforço de professores. Para dinamizar a economia propõe um plano de investimentos de 50 mil milhões ao longo de cinco anos. É um europeísta convicto: quer mais integração na Europa, defende os acordos de livre-comércio e bate-se por uma maior harmonização social na UE.
Marine Le Pen
Extrema-direita
PERFIL
Nascida na alta burguesia gaulesa, a filha do fundador da Frente Nacional (FN) desde cedo mostrou dotes oratórios, o que também terá contribuído para a decisão de estudar Direito e exercer advocacia, tendo mesmo chegado a defender imigrantes ilegais. Um atentado à bomba na casa onde vivia fez com que Le Pen, então com apenas oito anos de idade, cedo percebesse as consequências que podem advir da actividade política, em especial quando se defendem posições polarizadoras. Conotada com a extrema-direita, mãe de três filhos e por duas vezes divorciada, Le Pen sucedeu ao pai Jean-Marie na liderança da FN em 2011, tendo desde então tentado descolar a imagem do partido racista e xenófobo. Nos costumes é menos conservadora do que poderia parecer. Por exemplo, é divorciada e vive actualmente em regime de união de facto.
PROGRAMA
Os "144 compromissos presidenciais" apresentados por Le Pen visam tornar mais apelativas e menos radicais as propostas da FN, depurando o partido de retóricas anti-semitas e homofóbicas. No entanto subsiste um forte sentimento anti-imigração e anti Islão, com promessas de prioridade aos trabalhadores franceses e de aplicação de uma taxa extra às empresas que contratem cidadãos estrangeiros (incluindo da UE). Quer reduzir a imigração legal para 10 mil pessoas por ano. Na frente laboral, tem propostas que se aproximam da esquerda: revogar a liberal e flexível lei laboral de Macron, manter o horário semanal das 35 horas e baixar a idade de reforma. Ao nível fiscal, a posição é mais mista: se por um lado defende que se mantenha o imposto sobre fortunas, defende em contrapartida uma redução do IRC. Para incentivar o emprego, promete aplicar taxas aduaneiras aos produtos produzidos no estrangeiro por companhias gaulesas. Propõe negociar a pertença à UE e referendar a continuação no bloco europeu e moeda única, recuperar o controlo sobre as fronteiras (sair do Schengen) e garantir soberania monetária.
Movimento pró-europeu
PERFIL
Em 2014 torna-se ministro da Economia para fazer reformas há muito adiadas, tendo promovido a polémica reforma laboral, que terá levado à sua demissão em 2016. Depois disso, formou o movimento Em Marcha.
PROGRAMA
Diz não ser de esquerda nem de direita, mas é assumidamente liberal na economia (rivalizando aqui com Fillon) e nos costumes. Quer concluir a reforma laboral que implementou, flexibilizando ainda mais as leis do trabalho e também a semana laboral de 35 horas. Reduzir a carga fiscal sobre as empresas e a responsabilidade social destas. Porém, em contrapartida para a maior insegurança laboral, propõe um alargamento da protecção do subsídio de desemprego, mas com maior fiscalização e exigências aos subsidiados (tal como acontece em Portugal). É contra o aumento do salário mínimo e quer manter a idade de reforma nos 62 anos. Quanto ao sector público, defende na despesa de 60 mil milhões de euros (2,7% do PIB) em cinco anos e uma redução de 120 mil funcionários públicos (muito longe dos 500 mil de Fillon). Porém, a escola pública é uma excepção e aí defende um reforço de professores. Para dinamizar a economia propõe um plano de investimentos de 50 mil milhões ao longo de cinco anos. É um europeísta convicto: quer mais integração na Europa, defende os acordos de livre-comércio e bate-se por uma maior harmonização social na UE.
Marine Le Pen
Extrema-direita
PERFIL
Nascida na alta burguesia gaulesa, a filha do fundador da Frente Nacional (FN) desde cedo mostrou dotes oratórios, o que também terá contribuído para a decisão de estudar Direito e exercer advocacia, tendo mesmo chegado a defender imigrantes ilegais. Um atentado à bomba na casa onde vivia fez com que Le Pen, então com apenas oito anos de idade, cedo percebesse as consequências que podem advir da actividade política, em especial quando se defendem posições polarizadoras. Conotada com a extrema-direita, mãe de três filhos e por duas vezes divorciada, Le Pen sucedeu ao pai Jean-Marie na liderança da FN em 2011, tendo desde então tentado descolar a imagem do partido racista e xenófobo. Nos costumes é menos conservadora do que poderia parecer. Por exemplo, é divorciada e vive actualmente em regime de união de facto.
PROGRAMA
Os "144 compromissos presidenciais" apresentados por Le Pen visam tornar mais apelativas e menos radicais as propostas da FN, depurando o partido de retóricas anti-semitas e homofóbicas. No entanto subsiste um forte sentimento anti-imigração e anti Islão, com promessas de prioridade aos trabalhadores franceses e de aplicação de uma taxa extra às empresas que contratem cidadãos estrangeiros (incluindo da UE). Quer reduzir a imigração legal para 10 mil pessoas por ano. Na frente laboral, tem propostas que se aproximam da esquerda: revogar a liberal e flexível lei laboral de Macron, manter o horário semanal das 35 horas e baixar a idade de reforma. Ao nível fiscal, a posição é mais mista: se por um lado defende que se mantenha o imposto sobre fortunas, defende em contrapartida uma redução do IRC. Para incentivar o emprego, promete aplicar taxas aduaneiras aos produtos produzidos no estrangeiro por companhias gaulesas. Propõe negociar a pertença à UE e referendar a continuação no bloco europeu e moeda única, recuperar o controlo sobre as fronteiras (sair do Schengen) e garantir soberania monetária.