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PS e PSOE assinam compromisso para reforço da cooperação ibérica

Com legislativas ainda antes do final do ano, os líderes socialistas de Portugal e Espanha, António Costa e Pedro Sánchez, assinaram esta sexta-feira dois documentos que visam reforçar a cooperação e a integração dos dois países.

Bruno Simão/Negócios
19 de Junho de 2015 às 15:11
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O Largo do Rato, sede do PS, recebeu esta sexta-feira, 19 de Junho, os secretários-gerais dos partidos socialistas de Portugal e de Espanha, António Costa e Pedro Sánchez, respectivamente. Com a convicção de que sairão vencedores das legislativas que se realizam ainda este ano, Costa e Sánchez assinaram dois documentos que visam reforçar a "integração e cooperação ibérica" e assegurar "um novo impulso para a convergência" entre os dois países.

 

Pedro Sánchez teve direito a proferir as primeiras palavras. O político espanhol começou por realçar que a "Europa é um dos lugares onde temos de reforçar o trabalho comum". António Costa seguiu a toada, evidenciando que "não estamos a dizer que os males do mundo vêm da Europa, dizemos é que a forma de nos batermos por uma mudança na Europa é em conjunto".

 

Deixa aproveitada para lançar farpas ao Governo PSD/CDS, porque "se outros tivessem seguido este exemplo, numa atitude construtiva, os nossos cidadãos e empresas teriam agora mais confiança", sustentou o ex-autarca lisboeta.

Já depois de Pedro Sánchez ter revelado que a iniciativa deste acordo partiu de António Costa, o secretário-geral do PS explicou que é preciso "rentabilizar os poucos recursos que temos e é preciso acabar com a austeridade, mas com frugalidade". "A alternativa que propomos é de rigor (…) e de quem aposta no cumprimento das regras do euro", sintetizou Costa.

 

O líder do PSOE adiantou que o reforço da cooperação bilateral agora oficializado assenta na Educação e Cultura, na Política Externa, nas Interconexões, em especial na ferrovia e, por fim, na criação de um mercado ibérico único.

 

Entre as várias ideias gerais apresentadas, António Costa avançou algumas medidas no sentido do reforço do mercado ibérico. Nesse sentido, apontou o importância de assegurar o "desenvolvimento das regiões transfronteiriças, muitas vezes as mais pobres e desertificadas", em relação às quais "vivemos muito tempo de costas voltadas". Um fundo comum para o desenvolvimento destas regiões, a gestão comum dos seus parques industriais e a partilha das redes energéticas são algumas das ideias concretas que constam dos documentos hoje firmados.

 

O combate ao desemprego é uma das prioridades dos socialistas ibéricos. Após constatar com pesar que "os níveis salariais recuaram 25 anos" em Espanha, Sánchez reiterou que a aposta em novas "medidas de educação e formação" são cruciais para combater os elevados níveis de desemprego, nomeadamente em Espanha.

 

Citados no início da sua intervenção, Sánchez voltaria a lembrar os nomes dos ex-chefes de Governo de Espanha e Portugal que há 30 anos assinaram os tratados de adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), Felipe González e Mário Soares, respectivamente.

 

"Termino recordando duas grandes referências do socialismo que há 30 anos disseram que se abria uma nova era com a adesão à CEE. Que este acordo possa abrir as portas a uma nova era na cooperação entre os dois países". 

Algumas das medidas propostas: 
Reconhecimento das qualificações académicas e profissionais nos dois países, para tentar aumentar a mobilidade no mercado de trabalho ibérico;

 

Criar um sistema de portagens único que facilite e promova o comércio e o turismo entre os dois países;

 

Definir um programa comum de infra-estruturas e assegurar boas interconexões para a Europa de forma a fomentar o sector exportador;

 

Eliminação das barreiras burocráticas e criação de um regime comercial comum acessível online;

 

Incentivar a reindustrialização e criação de centros de inovação industrial;

 

Modernização do sector público e aprovação de políticas de eficiência na administração de Espanha e Portugal;

 

Promoção das línguas de ambos os países e emissão de documentos oficiais em português e espanhol;

 

Incentivar a instalação de empresas nos territórios fronteiriços e promover a fixação de trabalhadores nestas regiões;

 

Apostar no desenvolvimento das interconexões ferroviárias com a Europa, através da modernização e construção de novas linhas que tenham em consideração o mapa ferroviário ibérico;

 

Apresentar posições comuns nos Conselhos Europeus.

(Notícia actualizada pela última vez às 16h15)

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