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Primeiro-ministro turco apela à calma contra manifestações organizadas por “extremistas”

“Fiquem calmos, relaxem, vai ficar tudo resolvido”, disse Tayyip Erdogan no aeroporto de Istambul, antes de partir para uma visita a Marrocos, enquanto na Turquia decorrem fortes protestos anti-governamentais.

Reuters
03 de Junho de 2013 às 12:20
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Tayyip Erdogan apelou esta segunda-feira à calma dos cidadãos turcos, pedindo à população que não se deixe provocar pelas manifestações organizadas por elementos “extremistas”.

 

“Fiquem calmos, relaxem, vai ficar tudo resolvido”, disse o primeiro-ministro da Turquia, citado pela Reuters, quando falava aos jornalistas no aeroporto de Istambul, de onde partiu para Marrocos no início de uma visita a vários países do Magrebe.

 

O primeiro-ministro turco vai encontrar-se com os dirigentes dos três Estados do Magrebe que "têm relações políticas, económicas e culturais" com a Turquia e aprofundar as "relações regionais e internacionais", indicou uma nota do gabinete de Erdogan, citada pela Lusa.

 

A viagem deverá decorrer enquanto a Turquia assiste a manifestações antigovernamentais sem precedentes desde que o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, venceu as eleições em 2002.

 

Apesar das manifestações terem começado com protestos contra um projecto imobiliário que implicava a destruição de um parque no centro da cidade de Istambul, a contestação transformou-se num movimento anti-AKP, após a repressão policial registada na sexta-feira.

 

“Este protesto é organizado por elementos extremistas”, afirmou Erdogan, acrescentando que “o facto de o AKP ter ganho mais votos nas três últimas eleições e vencido dois referendos, mostra como o povo deste país abraçou o AKP”.  

 

Também o Presidente da Turquia, Abdullah Gul, apelou à calma depois de quatro dias consecutivos de protestos e assegurou aos manifestantes que a sua "mensagem" foi "recebida". "A democracia não significa apenas eleições", afirmou o Presidente, segundo a agência turca Anatólia.

  

Os manifestantes acusam Erdogan de autoritarismo e acusam o governo de querer islamizar a sociedade turca. O primeiro-ministro está no poder há mais de uma década, período em que o país conseguiu um forte crescimento económico e ganhar importância no Médio Oriente.

 

Nos mercados financeiros as manifestações estão a gerar apreensão junto dos investidores. O principal índice accionista da bolsa do país desvaloriza mais de 6% e os juros das obrigações. Os juros das obrigações turcas a dois anos sobem 41 pontos base, para 6,48%, naquela que é a maior subida intradiária desde Dezembro de 2008, segundo os dados da Bloomberg. Já as “yields” a 10 anos estão a ganhar 28 pontos base, para 7,12%.

 

De acordo com a Reuters, as ruas das principais cidades turcas estavam calmas esta segunda-feira de manhã, depois de mais uma noite de protestos e violência em Istambul, Ancara, e outras grandes cidades.

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