Notícia
Presidente turco terá ameaçado inundar Europa com migrantes
As actas de uma reunião em Novembro, divulgadas por um site de notícias grego, referem que Erdogan terá pressionado líderes europeus a aumentarem apoios para que o país continuasse a receber refugiados sírios.
A Turquia, cujo território nos últimos meses tem funcionado como um tampão ao alojar temporariamente centenas de milhares de migrantes fugidos da guerra na Síria, ameaçou deixar abrir as portas para a Europa a refugiados e não só.
O aviso tem alguns meses mas só agora foi conhecido. De acordo com um site grego, o euro2day.gr, citado pela Reuters, o presidente turco Tayyip Erdogan fez um ultimato às autoridades europeias: ou melhoravam os termos de um acordo para ajudar o país a conter o fluxo migratório, ou tinham de se responsabilizar pela entrada maciça de pessoas no velho continente.
No centro da polémica, de acordo com as actas de uma reunião "tensa" realizada em Novembro passado, estão além de Erdogan também o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk e o líder da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
"Podemos abrir as portas da Grécia e da Bulgária a qualquer momento e meter os refugiados em autocarros. Então como vão lidar com os refugiados sem acordo? Matam-nos?", terá questionado Erdogan, segundo o documento. A Turquia recebe actualmente 2,5 milhões de refugiados sírios.
Da lista de exigências do presidente turco estaria duplicar o montante previsto por Bruxelas – de três para seis mil milhões de euros – a serem distribuídos durante dois anos para compensar o país pelo papel de travão à entrada de imigrantes. O valor acabou no entanto por ficar nos três mil milhões, com Erdogan a responder – alegadamente – que não precisava para nada do dinheiro da União Europeia.
Os ânimos ter-se-ão exaltado em alguns momentos, com interrupções nas intervenções e indignação de Erdogan, que se terá sentido insultado por Juncker. "O Luxemburgo corresponde apenas a uma pequena cidade na Turquia", terá dito o presidente turco, pedindo respeito pela dimensão do seu país e numa referência ao facto de Juncker ter sido primeiro-ministro daquela nação europeia.
Nem o Conselho nem a Comissão quiseram asseverar a autenticidade do documento e a presidência turca ainda não se pronunciou sobre a acta, que respeitará a um encontro que terá ocorrido à margem da cimeira do G20, em Antalya, Turquia.