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Cronologia: Crise dos refugiados na Europa em 2015

Um milhão de migrantes chegou desde Janeiro à Europa, sobretudo através do mar Mediterrâneo, naquele que é o maior fluxo migratório desde a II Guerra Mundial.

Reuters
27 de Dezembro de 2015 às 12:00
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O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) indica que "cerca de 972 mil atravessaram, até 21 de Dezembro, o Mediterrâneo", enquanto a Organização Mundial para as Migrações (OIM) calcula que "mais 34 mil chegaram à Bulgária e à Grécia após terem atravessado a Turquia".

2013 - A Itália decide montar a operação naval de busca e salvamento 'Mare Nostrum' na sequência do naufrágio de um navio de migrantes clandestinos, no qual morreram mais de 360 pessoas na travessia do mar Mediterrâneo.

2014 - Perante o forte aumento do número de refugiados e migrantes chegados à costa sul de Itália oriundo da Líbia, e a recusa de vários países da UE de financiar a operação italiana 'Mare Nostrum', Roma decide pôr fim à operação.

A agência europeia de gestão da cooperação operacional nas fronteiras externas dos Estados-membros da UE (Frontex) assume a missão de busca e salvamento, com a operação 'Tritão', que inclui três navios e dois aviões de vigilância.

Os países-membros da UE receberam 626 mil pedidos de asilo em 2014 e foram aceites mais de 185 mil.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de três mil pessoas morreram ou desapareceram, neste ano, no Mediterrâneo na viagem para chegar à UE.

Ao todo, 283.532 migrantes entraram na UE. Uma maioria dos que entraram pelo sul da Europa, 170.664 chegaram a Itália a partir da Líbia. Apenas 50.834 chegaram à Grécia, a partir da Turquia.


2015:

A acção das missões de vigilância europeias levam, entre outros factores, a uma mudança de rotas no Mediterrâneo e a Grécia ocupa, ao longo dos primeiros seis meses do ano, a posição de Itália como país de entrada no espaço comunitário.

Depois de uma média de mais de 760 migrantes por dia entre Junho e Agosto, as chegadas a Itália descem para 530 por dia em Setembro e para 290 por dia em Outubro. Em Novembro, descem para cerca de uma centena por dia.

- Abril: Pelo menos 800 refugiados morrem afogados em naufrágio de traineira no Mediterrâneo, que saiu da Líbia com destino a Itália.

- Maio: A UE decide lançar uma nova operação com base em Roma, apelidada UE Navfor Med e cuja missão é identificar, capturar e destruir navios e embarcações usadas por traficantes de migrantes.

- Junho: A primeira fase da operação, lançada no dia 22, incluía vigilância naval para detectar traficantes e monitorizar rotas e padrões de tráfico a partir da Líbia para Itália e Malta.

- Julho: A Hungria começa a construir uma cerca de arame farpado ao longo da fronteira com a Sérvia, para travar um fluxo sem precedentes de refugiados que procuram entrar na UE.

No dia 20, os líderes da UE concordam receber 32.256 refugiados de Itália e Grécia. Em Maio, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, tinha proposto 40 mil.

No fim do mês, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, alerta para "uma multidão de pessoas que atravessam o Mediterrâneo para ir para o Reino Unido".

- Agosto: Os corpos de 71 sírio são encontrados numa carrinha-frigorífica abandonada na Áustria.

- 20 de Agosto: A ministra do Interior britânica, Theresa May, anuncia operação conjunta Reino Unido-França na fronteira, em Calais, para aumentar a segurança das travesssias sob o canal da Mancha, depois de várias tentativas, e mortes, de refugiados sírios para tentar chegar a Inglaterra.

- Setembro: As imagens do corpo de Aylan al-Kurdi, de três anos, que morreu afogado durante a tentativa da família de chegar à Grécia a partir da Turquia, desencadeiam uma onda de solidariedade pela situação dos refugiados.

O 'slogan' "Refugiados Bem-vindos" torna-se viral. Cameron afirma que o Reino Unido cumprirá as suas "obrigações morais".

Budapeste reabre a principal estação de caminhos-de-ferro, após um encerramento de dois dias. Centenas seguem em comboios para a fronteira austríaca, outros partem a pé com destino à Alemanha.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, afirma que a crise é um "problema alemão".

- 7 de Setembro: Cameron diz que o Reino Unido vai receber mais 20 mil refugiados no prazo de cinco anos. A França concorda receber 24 mil. A Alemanha, cuja chanceler Angela Merkel tinha apelado aos parceiros europeus para receberem migrantes, afirma necessitar de seis mil milhões de euros para ajudar 800 mil refugiados que espera acolher até final do ano.

- 9 de Setembro: Juncker pede aos Estados-membros que recebam mais 120 mil refugiados, elevando o total a 160 mil, a serem distribuídos com base num sistema de quotas.

Os planos iniciais prevêem que três quintos dos novos refugiados sejam distribuídos entre a Alemanha, França e Espanha.

- 12 de Setembro: Os ministros dos Interior da UE não conseguem decidir uma resposta comum.

- 13 de Setembro: Um recorde de 5.809 pessoas chegam à Hungria, quando a cerca na fronteira está quase concluída. A Alemanha impõe controlos de emergência nas fronteiras com a Áustria, suspendendo temporariamente o o acordo de Schengen. Responsáveis afirmam que o país recebeu 63 mil refugiados desde o fim de Agosto.

- 14 de Setembro: A Áustria e a Eslováquia anunciam a reintrodução de controlos fronteiriços. A Alemanha avisa que pode registar até um milhão de entradas este ano. A Hungria declara o estado de emergência e ameaça prender quem entrar ilegalmente no país.

A Frontex indica que 500 mil migrantes e refugiados entraram na UE no corrente ano. Só em Agosto entraram 156 mil pessoas.

- Novembro: Ancara e a UE concluem um acordo que prevê uma ajuda europeia de três mil milhões de euros para a Turquia. Em troca, as autoridades turcas assumiram o compromisso de melhorar o controlo das fronteiras e de cooperar na luta contra as redes de tráfico de pessoas. A Turquia acolhe actualmente cerca de 2,5 milhões de refugiados sírios.

Além da ajuda, Bruxelas abriu um novo capítulo no processo de adesão turco e programas de relocalização de refugiados que se encontram na Turquia em países da UE.

- Dezembro: A UE anuncia o projecto de um "corpo europeu" de guardas fronteiras e costeiros para retomar o controlo das fronteiras externas.

Ao mesmo tempo, vai criar um mecanismo de "relocalização" permanente, sem qualquer limite ao número de refugiados. Alguns países, como a Eslováquia e a Hungria, são abertamente hostis a este mecanismo obrigatório.

A Áustria dá início aos trabalhos de encerramento da fronteira com a Eslovénia.

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