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Portas despede-se em lágrimas e afasta especulações sobre futuro

  O presidente cessante do CDS-PP, Paulo Portas, foi hoje aplaudido de pé pelo Congresso do partido, despedindo-se em lágrimas da liderança, e afirmando que especulações sobre o seu futuro a seis meses ou dez anos são "atrevimento".

12 de Março de 2016 às 16:42
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"Não se preocupem com a pergunta ‘o que é que ele vai fazer daqui a dez anos'. No mundo em que nós vivemos qualquer especulação superior a seis meses é no mínimo atrevimento", afirmou Paulo Portas, numa referência ao calendário eleitoral para a Presidência da República.

 

Emocionado, com o Congresso de pé, Paulo Portas terminou a sua intervenção dirigindo-se à candidata à liderança Assunção Cristas, afirmando que muitos portugueses esperam da ex-ministra da Agricultura que seja "um par de mãos seguras para tratar bem de Portugal".

 

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, de 53 anos, despede-se da liderança do partido perante o 26.º Congresso, o qual deverá escolher Assunção Cristas como sua sucessora.

 

Paulo Portas tornou-se líder do CDS-PP em 1998, no Congresso de Braga, tendo estado afastado da direção centrista apenas dois anos, entre 2005 e 2007, durante a liderança de José Ribeiro e Castro.

 

Assunção Cristas, de 42 anos, deputada deverá tornar-se a primeira mulher a liderar o CDS-PP.

 

"Transição ordenada"

 

O líder cessante do CDS-PP, Paulo Portas, referiu-se hoje à "transição ordenada" para Assunção Cristas e defendeu que existe uma "pax centrista que é invejável", recomendando que não percam demasiado tempo a discutir lugares.

 

"Foi uma agradável surpresa: uma transição ordenada, sim, mas sem quebra de espontaneidade. Uma sucessão natural, sim, mas com exemplos magníficos de renúncia em nome do todo e de sentido de equipa pelo bem comum", afirmou Paulo Portas, numa referência a Nuno Melo, que não se candidatou à liderança, à qual Assunção Cristas se apresenta como única candidata.

 

Na sua despedida da liderança, perante o 26.º Congresso, em Gondomar, Paulo Portas, 53 anos, afirmou: "Respira-se uma espécie de ‘pax' centrista, que é invejável, garanto-vos".

"Aqui chegados, devemos discutir o que um CDS renovado pode fazer por Portugal. Não percam, por isso, demasiado tempo a discutir qual é o lugar de cada um no CDS renovado, é importante mas não é o mais importante", recomendou.

 

Num clima de "unidade sem unicidade", afirmou, usando as palavras de Adelino Amaro da Costa, Paulo Portas assegurou que abandona a liderança para ser um militante de base.

"A partir de amanhã eu serei apenas um de vós e esse sentido de pertença é uma grande honra", declarou logo no início da sua intervenção perante o Congresso, reunido no Pavilhão Multiusos de Gondomar.

 

A intervenção de Portas foi antecedida por um filme de agradecimento, com imagens de momentos significativos do percurso de Portas desde que foi eleito presidente dos centristas no Congresso de Braga, em 1998.

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