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Portas: "Não é de excluir que a ‘geringonça’ venha a ser vítima da sua própria medicina"

O líder do CDS-PP apelou hoje aos eleitores que preferem o CDS mas que costumam votar útil no PSD que deixem de ter medo de votar "na sua primeira escolha" porque o sistema partidário mudou desde as últimas legislativas.

CDS/PP
12 de Março de 2016 às 16:47
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Depois de ter deixado um agradecimento ao líder do PSD, Pedro Passos Coelho, e ex-parceiro da coligação, Paulo Portas não hesitou no seu discurso perante o 26.º Congresso do CDS-PP que decorre em Gondomar, e que marcará a sua saída do partido, em apelar ao voto dos que tradicionalmente escolhem o PSD nas urnas.

 

"Aos eleitores de centro-direita (…) que se reconhecem mais nas ideias do CDS, mas nos últimos dias [antes das eleições] deixam a sua primeira escolha e migram para a segunda escolha, com medo, digamos francamente, que o PS ganhe ao PSD, esse medo deixou de ter razão de ser", afirmou.

 

Paulo Portas recordou que o actual primeiro-ministro, o socialista António Costa, não venceu as eleições legislativas de 4 de Outubro.

 

"O que conta não é o partido que fica em primeiro lugar o que conta a partir de agora é quantos deputados somam os partidos que podem formar maioria, ou seja, os deputados que o CDS conseguir eleger são absolutamente determinantes, escolham à vontade a vossa primeira opção", apelou.

 

Para Paulo Portas, "não é de excluir que a ‘geringonça’ venha a ser vítima da sua própria medicina".

 

"É a vida, o sistema partidário mudou para sempre com esta inédita experiência, da era do voto útil no PSD, à era do CDS como o partido cujo voto conta e muito, eis uma grande e assinalável diferença", defendeu.

 

Ao recordar o período de governação conjunta com o PSD, Paulo Portas pediu – e obteve – uma ovação de pé do Congresso para o "’team’ económico" do CDS, no qual incluiu os ex-ministros da Economia, Segurança Social e Agricultura – Pires de Lima, Mota Soares e Assunção Cristas, respectivamente.

 

O líder do CDS lamentou, contudo, que o partido só tenha assumido funções de governação com Portugal "em aflição financeira ou sob ameaça externa" e que os jovens portugueses com menos de 35 anos não tenham "sequer memória" do centro-direita a governar em normalidade.

 

"Peço ao CDS renovado que evite esta armadilha letal que leva à infantilização do debate político: como se Portugal estivesse condenado a oscilar entre a esquerda que compra simpatias, distribui facilidades, tudo dando a todos no mesmo instante e sem nenhumas contas fazer, para depois mais tarde chegar a factura e entrarmos como país nos cuidados intensivos", disse.

 

"E então lá chamam pelo PSD e CDS em SOS e aí a coligação é que corta, a coligação é que tira", acrescentou, dizendo que "já chega desta caricatura".

 

A este propósito, Paulo Portas deixou uma palavra de agradecimento ao líder do PSD e ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, sem esquecer os problemas que tiveram ao longo da coligação.

 

"Está para chegar um primeiro-ministro socialista com calibre para reduzir um défice de 11% para 3% mais décima curiosa menos décima milagrosa", afirmou, com os congressistas a aplaudirem esta referência a Pedro Passos Coelho.

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