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Passos vê Costa a minar "confiança dos investidores externos"

Em entrevista à Renascença, o ex-primeiro-ministro acredita que o custo estimado para o Banif está inflacionado e que a reversão de medidas do anterior Governo é "uma missão que se esgotará dentro de pouco tempo".

Miguel Baltazar/Negócios
13 de Janeiro de 2016 às 09:42
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A reversão das concessões dos transportes em Lisboa e Porto, a "ameaça velada feita sobre uma eventual nacionalização" na TAP e a solução adoptada na capitalização do Novo Banco, que "será paga a preço de ouro pelo sistema financeiro". Estes são as decisões apontadas por Pedro Passos Coelho para acusar o Executivo de António Costa de não estar a "preservar a confiança dos investidores externos" em Portugal.

 

Em entrevista à Rádio Renascença, o anterior primeiro-ministro sustentou que "a solução em si" para o Novo Banco não lhe "parece má", mas sublinhou que "não ter dado a possibilidade de converter a dívida em capital significa que todos os fundos que compram obrigações e dívida pública ficam com os dedos escaldados (…) e assim não tomarão novas obrigações que são emitidas por bancos portugueses".

 

É com "bastante apreensão" que Passos Coelho encara as primeiras decisões de António Costa na liderança do Governo, já que "reverter e destruir é muito pouco para definir um programa de futuro". Além de ser "uma missão que se esgotará dentro de pouco tempo e que estrutura pouco o futuro", acredita que "muitas das coisas [feitas pelo anterior Governo] dizem respeito a reformas importantes que não deviam mesmo ser revertidas". E aumentar a despesa é "uma estratégia arriscada" na actual conjuntura de incerteza no plano externo.

 

Quanto à situação do Banif, herdada pelo novo Executivo do PS, suportado pela esquerda no Parlamento, o presidente do PSD argumenta que "não [conseguiu] obter da Direcção-geral da Concorrência (DGC) autorização para separar os activos, vender o que era bom e tentar digerir o que era menos bom". E o custo estimado em três mil milhões de euros "é muito possível que esteja inflacionado".

 

Passos rejeitou ainda a acusação de incúria do Estado na resolução deste problema. "Não vou dizer que as questões Banif e Novo Banco sejam independentes, claro que houve alguma relação entre as duas. Não tenho dúvida que durante o período em que o Banco de Portugal, através do Fundo de Resolução, estava a procurar vender o Novo Banco não se sentiria impelido a tomar uma decisão de resolução do Banif", detalhou.

 

No plano político, o líder social-democrata crê que "há condições" para voltar a ser primeiro-ministro, embora não arrisque um prazo para que isso aconteça. Em plena corrida para as eleições Presidenciais, em que o partido recomendou o voto em Marcelo Rebelo de Sousa – que agora compara a Cavaco Silva –, Passos justificou a ausência da campanha para evitar que esta ida às urnas se transforme numa espécie de segunda volta das legislativas de Outubro.

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