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Passos Coelho pede maioria absoluta para si ou para o PS

O primeiro-ministro alinhou no mesmo discurso de Cavaco Silva: uma maioria absoluta é essencial para o próximo Governo, seja PS ou PSD/CDS. Sem ela, dificilmente poderá existir um Executivo de Bloco Central, alertou.

Miguel Baltazar/Negócios
23 de Julho de 2015 às 22:56
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Passos Coelho não podia estar mais de acordo com Cavaco Silva: uma maioria absoluta é mesmo essencial para o próximo Governo. Isto porque as propostas da coligação e do PS são muito distintas, e se tiver de haver um diálogo entre ambos, para formar Governo, isso significa que terão de abdicar das suas promessas ou terão de ser feitas várias tentativas de governação nos próximos quatro anos.

 

"Não podemos andar dois ou três anos a seguir às eleições a ver se nos entendemos no Governo", avisou Passos Coelho. Precisamente por isso é que "é importante apostar num resultado" que dê maioria absoluta, mesmo que seja ao PS, "se for esse o entendimento dos portugueses", ou à coligação. A mensagem, portanto, é clara: quem ganhar terá de ganhar com maioria absoluta.

 

Se isso não acontecer, os cenários são negros, antecipou Passos. Por um lado, porque as pessoas sabem que há "duas propostas completamente diferentes, e é bom que saibam que não é muito fácil que essas propostas se possam fundir, porque são muito diferentes". Por outro, porque "em minha convicção não podemos andar dois ou três anos a seguir às eleições a ver se nos entendemos no Governo".

 

Se tiver de haver um diálogo com o PS após as eleições, acontece uma de duas coisas, antevê Passos: "ou os partidos abdicam, de forma significativa, do programa que propuseram ao eleitorado, e isso não é um bom princípio, ou esse Governo", de Bloco Central, "não terá cimento, nem consistência, nem coerência para aguentar quatro anos, e então o que teremos" não será "um Governo estável" mas "várias tentativas de Governo que poderão não resultar".

 

Passos Coelho considera que terá de haver sempre "a capacidade de ambos os lados identificarem aspectos de natureza estrutural que possam merecer amplo consenso entre todos os partidos", nomeadamente na Segurança Social ou demografia. Mas isso "não significa que seja o cimento de uma base de Governo", insistiu.

 

Cavaco tem sido Presidente "isento e independente"

A questão da necessidade da maioria absoluta foi precisamente o aspecto central da comunicação de Cavaco Silva ao país, na quarta-feira, quando marcou as legislativas para 4 de Outubro. Passos Coelho rejeitou que esse discurso tenha sido uma ajuda à coligação. "Creio que o Presidente teve um mandato isento e independente ao longo destes 10 anos", sublinhou Passos Coelho.

 

"Tivemos uma cooperação institucional irrepreensível com o Presidente da República. Em matérias de alguma relevância não estivemos de acordo, mas o Presidente nunca deixou de ter solidariedade institucional perante o Governo e o Parlamento", certificou Passos Coelho.

Perante as críticas da esquerda, nomeadamente do PS, ao discurso de Cavaco Silva, Passos disse que existem partidos que "cada vez mais, e quanto mais se aproximam as eleições, mais [têm] este lema: quem não é por nós é contra nós. E quando o Presidente não diz o que lhes agrada é porque está contra eles", reprovou.

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