Após o conturbado período que a elite política italiana viveu, no seguimento das eleições legislativas inconclusivas, a condenação de Berlusconi, por fraude fiscal num processo que envolve a sua empresa de media, a Mediaset, veio acender uma nova crise entre os decisores políticos.

Berlusconi recusa deixar a vida política e advoga que não pode ser impedido de continuar a liderar o Povo da Liberdade (PDL), bem como de ocupar o seu lugar no Senado e afasta a possibilidade de a sua filha, Marina Berlusconi, ocupar o seu lugar na liderança do partido. O antigo primeiro-ministro ameaça mesmo derrubar o Governo caso seja afastado das lides políticas, escreve o “Corriere della Sera”.

Numa tentativa de evitar uma nova crise política, o secretário do PDL, Angelino Alfano, reuniu-se com Enrico Letta esta quarta-feira, num esforço para pressionar o Partido Democrata a votar contra a saída de Berlusconi.

Porém, o primeiro-ministro de Itália disse a Alfano que não vai ceder a chantagens, reiterando que a intenção de voto dos senadores do seu partido será no sentido de afastar o antigo primeiro-ministro do Senado. Letta afirmou ainda estar confiante de que todos os partidos políticos vão agir de forma responsável no caso de Berlusconi. A votação que vai decidir o possível afastamento do líder do PDL das instâncias políticas está marcada para 9 de Setembro.

Entretanto, o fundador e líder do Movimento 5 Estrelas, Beppe Grillo, continua a pedir eleições antecipadas como forma de resolver a instabilidade que a elite política vive e exige a demissão do Presidente de Itália, Giorgio Napolitano.