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Galamba nega acusações e põe adjunto em xeque

Frederico Pinheiro acusava-o de ter tentado omitir informação ao Parlamento. Ministro das Infraestruturas "garante que toda a documentação solicitada pela CPI foi integralmente facultada".

João Galamba já disse que novas superfícies serão usadas no solar.
Vitor Mota
28 de Abril de 2023 às 20:30
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A troca de acusações entre o Ministério das Infraestruturas e o ex-adjunto de João Galamba, Frederico Pinheiro, subiu de tom depois de este ter acusado o governante de tentar omitir informação à comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP. Na resposta, Galamba nega as acusações do ex-adjunto e põe Frederico Pinheiro em xeque.

"O Ministro das Infraestruturas nega categoricamente qualquer acusação de que, por qualquer forma, tenha procurado condicionar ou omitir informação prestada à CPI da TAP", adianta o gabinete de João Galamba em comunicado depois de Frederico Pinheiro ter divulgado uma nota, na tarde desta sexta-feira, onde acusava o governante de querer ocultar informações e documentos aos deputados.

Segundo o mesmo comunicado, "toda a documentação solicitada pela comissão parlamentar de inquérito foi integralmente facultada".

Além disso, o gabinete de Galamba explica também os motivos que estiveram na origem do afastamento de Frederico Pinheiro, e que o Negócios tinha avançado ao início da tarde desta sexta-feira.

"A propósito da exoneração de Frederico Pinheiro, esclarece-se que a mesma decorre do facto de o então adjunto ter repetidamente negado a existência de notas de reunião que eram solicitadas pela CPI, o que poderia ter levado a uma resposta errada à CPI por parte do Gabinete do ministro das Infraestruturas", lê-se no mesmo comunicado.

O ex-adjunto do ministro das Infraestruturas Frederico Pinheiro assegurou, também em comunicado, que se opôs à decisão de João Galamba de indicar à comissão parlamentar de inquérito à TAP que não existiam quaisquer notas tomadas durante a reunião secreta dos deputados socialistas e a ex-CEO da companhia aérea e que terá servido para coordenar as perguntas e respostas na audição de Christine Ourmières-Widener.

Segundo informação recolhida pelo Negócios, Frederico Pinheiro esteve dois meses a dizer aos atuais membros do gabinete de João Galamba que não existiam notas sobre a polémica reunião no Parlamento entre Christine Ourmières-Widener e o deputado socialista Carlos Pereira, para preparação da ida da gestora da companhia aérea à Assembleia da República.

"Só no último segundo e depois de o Governo ter pedido um adiamento do prazo para entrega dos documentos ao Parlamento" é que Frederico Pinheiro assumiu a existência de tais notas. Depois, sabe o Negócios, levou 36 horas a encaminhar as notas e esteve 24 horas sem atender o telefone ao gabinete.

Foi perante esta postura que o ministro das Infraestruturas, regressado de uma viagem a Singapura, optou por avançar com a exoneração do adjunto, justificando a decisão com  "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades" inerentes ao exercício das funções, segundo indicou à Lusa fonte oficial.

O Negócios sabe que Galamba terá telefonado a Frederico Pinheiro logo após ter aterrado em Lisboa, tendo-lhe comunicado que iria ser exonerado do cargo. "Ele não foi exonerado por ter coordenado a reunião, nem tão pouco pelas notas, mas por ter omitido essas notas durante dois meses e por ter posto em causa o ministro que arriscava incumprir perante a comissão de inquérito", adianta fonte conhecedora.

Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, contesta a justificação de João Galamba de que a sua exoneração se deveu a ter omitido as notas da reunião dos deputados do PS com a ex-CEO da TAP "durante dois meses".

Num comunicado, o ex-adjunto afirma que revelou as notas a Galamba a 5 de abril, um dia após Christine Ourmières-Widener ter revelado, na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, que tinha participado numa reunião com os deputados socialistas. 

Nessa data, assegura, disse ao ministro que tinha tomado notas do encontro e que estas deixavam "claro que, naquela reunião de 17 de janeiro tinham sido articuladas perguntas a serem efetuadas pelo GPPS e tinham sido referidas as respostas e a estratégia comunicacional da CEO da TAP".

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