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PSD e Chega pedem audição de adjunto de Galamba. Já há apelos à demissão do ministro

O PSD e o Chega pediram a presença de Frederico Pinheiro na comissão parlamentar de inquérito à TAP. O PCP mostra-se "perplexo" com os últimos desenvolvimentos e os sociais democratas e o Bloco de Esquerda apelam à demissão de João Galamba caso se comprove que este tentou mentir à CPI.

André Kosters / Lusa
28 de Abril de 2023 às 22:06
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O PSD e o Chega pediram hoje a audição na comissão parlamentar de inquérito à TAP do adjunto exonerado de João Galamba, Frederico Pinheiro. Os sociais democratas pedem ainda, assim como o Bloco de Esquerda, a demissão do ministro das Infraestruturas, caso se comprove que este tentou mentir à comissão de inquérito. 

No requerimento para a audição, que o PSD pretende que seja "agendada com a máxima urgência", os sociais-democratas condenam as "declarações muito graves" do líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, nomeadamente as acusações aos outros grupos parlamentares de "violarem a lei e de passarem à comunicação social informação que tinha sido entregue à Comissão de Inquérito à TAP".

Soube-se "hoje pela comunicação social que a referida fuga de informação poderá ter ocorrido a partir do próprio Ministério das Infraestruturas, nomeadamente das notas de adjunto do ministro, Frederico Pinheiro, que participou na 'reunião secreta' entre membro(s) do grupo parlamentar, assessores do Ministério das Infraestruturas e dos Assuntos Parlamentares, e a CEO da TAP", refere ainda o PSD.

Os sociais-democratas sublinham, como justificação, que após a divulgação na comunicação social dessa fuga de informação "se terá seguido, na quarta-feira, a demissão do referido adjunto do ministro das Infraestruturas, e desacatos graves no mesmo Ministério na quinta-feira, com acusações por parte de Frederico Pinheiro de sujeição a tentativa de ocultação e falseamento de informação", justifica o PSD.

Já o Chega chama a atenção para o facto de o ex-adjunto de João Galamba ter dito que "recebeu indicação de, que em caso de requerimento pela comissão parlamentar de inquérito, as notas da reunião não seriam partilhadas por serem um documento informal, sendo que posteriormente o referido Ministério terá mesmo afirmado que essas notas não existiam - o que, segundo o próprio, é manifestamente falso".

"Esta situação é particularmente grave, pois pode significar que há um membro do Governo que deliberadamente tenta ocultar informação à comissão parlamentar de inquérito, com todas as consequências legais que daí advêm", considera o Chega.

Frederico Pinheiro, recorde-se, acusou hoje o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a "reunião preparatória" com a ex-CEO.

Entretanto, em comunicado, o ministro das Infraestruturas negou "categoricamente" as acusações do adjunto exonerado, referindo ainda que, "pelo contrário", "toda a documentação solicitada pela CPI foi integralmente facultada".

À esquerda, PCP "perplexo" e Bloco pede demissão de ministro

À esquerda, o PCP manifestou "perplexidade e indignação" relativamente ao caso que motivou a demissão de um adjunto do ministro das Infraestruturas, mas advertiu que a situação "não pode ser instrumentalizada" para abrir caminho à venda da TAP.

Numa declaração enviada às redações sobre os últimos desenvolvimentos em torno da comissão parlamentar de inquérito à TAP, o dirigente comunista Vasco Cardoso "exige o apuramento das diversas responsabilidades até às últimas consequências".

Vasco Cardoso afirma, contudo, que o PCP se distancia daqueles que "usam este e outros episódios para atacar a democracia, os serviços e empresas públicas, os interesses dos trabalhadores e do povo português".

Já o líder parlamentar do BE vai mais longe e defende que, se João Galamba "deliberadamente tentou mentir a uma comissão de inquérito, não pode continuar como ministro", exigindo explicações também do primeiro-ministro, António Costa, "em nome da democracia e da verdade".

"Se há um ministro [das Infraestruturas, João Galamba], que deliberadamente tentou mentir a uma comissão de inquérito, não pode continuar com ministro. Se há acusações de que o ministro quis faltar à verdade a uma comissão de inquérito, essas acusações têm que ter uma resposta clara e inequívoca por parte do Governo", disse aos jornalistas Pedro Filipe Soares.

Em linha com esta opinião, também o PSD considera que o ministro das Infraestruturas não tem condições para continuar em funções caso se confirme que quis omitir à comissão parlamentar de inquérito à TAP informação sobre uma reunião com a anterior presidente-executiva da companhia.

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