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Ex-adjunto de Galamba omitiu notas de reunião durante dois meses

Frederico Pinheiro agrediu três pessoas no Ministério das Infraestruturas e levou um computador para casa. Agredidas apresentaram queixa-crime.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, indicou que a gestora dos aeroportos vai ser notificada para investir de imediato em melhoramentos no aeroporto de Lisboa.
André Kosters/Lusa
28 de Abril de 2023 às 17:22
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O ex-adjunto do ministro das Infraestruturas João Galamba, Frederico Pinheiro, omitiu a existência das notas da reunião entre a CEO da TAP e o grupo parlamentar do PS durante dois meses. Foi exonerado por Galamba na sequência desse episódio, que obrigou o Governo a pedir um adiamento do prazo para entega de documentação à comissão de inquérito, sabe o Negócios. E foi na sequência da exoneração que agrediu três pessoas no Ministério das Infraestruturas.

Segundo informação recolhida pelo Negócios, Frederico Pinheiro esteve dois meses a dizer aos atuais membros do gabinete de João Galamba que não existiam notas sobre a polémica reunião no Parlamento entre Christine Ourmières-Widener e o deputado socialista Carlos Pereira, para preparação da ida da gestora da companhia aérea à Assembleia da República.

"Só no último segundo e depois de o Governo ter pedido um adiamento do prazo para entrega dos documentos ao Parlamento" é que Frederico Pinheiro assumiu a existência de tais notas. Depois, sabe o Negócios, levou 36 horas a encaminhar as notas e esteve 24 horas sem atender o telefone ao gabinete.

Foi perante esta postura que o ministro das Infraestruturas, regressado de uma viagem a Singapura, optou por avançar com a exoneração do adjunto, justificando a decisão com  "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades" inerentes ao exercício das funções, segundo indicou à Lusa fonte oficial.

O Negócios sabe que Galamba terá telefonado a Frederico Pinheiro logo após ter aterrado em Lisboa, tendo-lhe comunicado que iria ser exonerado do cargo. "Ele não foi exonerado por ter coordenado a reunião, nem tão pouco pelas notas, mas por ter omitido essas notas durante dois meses e por ter posto em causa o ministro que arriscava incumprir perante a comissão de inquérito", adianta fonte conhecedora.

Agressão e roubo surge após telefonema de Galamba

Após a chamada telefónica de João Galamba, Frederico Pinheiro agrediu três elementos do gabinete do ministro das Infraestruturas e roubou um computador, que levou para casa. 

Perante as agressões e o roubo, foi feita participação às autoridades policiais, que se deslocaram a casa do ex-adjunto de Galamba e recuperaram o equipamento informático. Segundo a CNN, o computador teria informação classificada.

A queixa-crime contra Frederico Pinheiro, o adjunto do gabinete do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que foi exonerado na quarta-feira por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades" foi apresentada pelas funcionárias do gabinete alvo de agressão.
 

Quem é o adjunto de Galamba?

Frederico Pinheiro é visado na troca de informações divulgada na comunicação social, na quinta-feira, sobre a polémica na TAP.

 

O adjunto exonerado foi para o Governo pela mão de Pedro Nuno Santos, antecessor de João Galamba, e, após a demissão do ex-ministro, manteve-se em funções com a pasta da aviação.

 

Nesse contexto, "esteve presente em nome do Ministério das Infraestruturas na reunião secreta que serviu para preparar a ex-CEO da TAP para as perguntas na Comissão Parlamentar de Economia de janeiro, e foi ele que tirou as notas que depois foram entregues ao ministro João Galamba e que ontem foram publicadas pela SIC Notícias", refere ainda a CNN Portugal.

Numa resposta enviada à Lusa, o gabinete de João Galamba esclareceu que Frederico Pinheiro foi exonerado a 26 de abril e que "conforme descrito no despacho a publicar em Diário da República, o adjunto em causa adotou 'comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades inerentes ao exercício das suas funções num gabinete ministerial'".

O ministério acrescenta que, segundo a lei, "os membros de gabinetes ministeriais são 'livremente designados e exonerados por despacho do membro do Governo', sendo estas decisões posteriormente publicadas em Diário da República".

Ao Negócios, Frederico Pinheiro desmente que "tenha roubado o que quer que seja. Não fui notificado de nada e, se for, vou defender-me nas instâncias próprias".

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