Notícia
Democratas querem que Trump destitua Bannon por racismo e misoginia
Um total de 169 congressistas democratas enviou esta quarta-feira uma carta ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na qual lhe solicitaram que destitua Stephen Bannon, a quem nomeou estratega principal da sua equipa na Casa Branca.
Stephen Bannon é um agitador mediático, considerado uma das principais figuras da direita radical e que tem sido muito criticado pelas suas ligações com os supremacistas brancos, bem como pelos seus comentários racistas e misóginos.
"Imediatamente depois da sua vitória, muitos norte-americanos estavam optimistas e esperançados em que você tomasse as medidas necessárias para unir o nosso país, depois de umas eleições divisionistas e violentas", escreveram os 169 membros democratas da Câmara dos Representantes (que, juntamente com o Senado, forma o Congresso) na carta ao magnata do imobiliário.
Os congressistas recordaram ao presidente eleito que, na noite em que discursou depois da vitória eleitoral, de 8 de Novembro, disse que era a hora de os EUA "curarem as feridas da divisão" e se "unirem como povo".
Mas, comparam, "infelizmente, a nomeação de Stephen Bannon, cujos laços com o movimento nacionalista branco estão bem documentados, mina directamente a sua capacidade de unir o país", advertiram os democratas.
"Como representantes eleitos de milhões de norte-americanos de diversas origens, religiões e etnias, recomendamos-lhe encarecidamente que reconsidere a sua decisão de nomear o senhor Bannon como estratega chefe da Casa Branca", insistiram.
A carta, cujo primeiro subscritor é o congressista David Cicilline, de Rhode Island, reitera a Trump a necessidade de um governo que una o país de novo. "A intolerância, o antissemitismo e a xenofobia não deveriam ter lugar na nossa sociedade e certamente não têm lugar na Casa Branca. Seja intencional ou não, a nomeação do senhor Bannon envia uma mensagem inquietante sobre que tipo de presidente quer ser Donald Trump", disse Cicilline, que integra o Comité Judicial da Câmara dos Representantes.
Estes 169 congressistas somam-se assim ao apelo feito na terça-feira pelo líder dos democratas no Senado, Harry Reid, que fez a mesma solicitação durante um discurso no plenário da câmara alta do Congresso.
"Se Trump procura a unidade a sério, a primeira coisa que tem de fazer é rescindir a nomeação de Steve Bannon", afirmou Reid, ao discursar no Senado, aludindo aos vínculos supremacistas (defensor da supremacia da raça branca) do novo assessor do magnate.
Na véspera tinha sido o seu porta-voz, Adam Jentleson, a denunciar que "os defensores da supremacia da raça branca vão estar representados ao mais alto nível na Casa Branca de Trump", aludindo a Bannon.