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António Costa vai ter mais um ministro que Passos Coelho, mas as mesmas quatro mulheres
O novo elenco governativo de António Costa inclui 17 ministros e acaba com a figura do vice-primeiro-ministro, criada de propósito para Paulo Portas a meio da anterior legislatura. O próximo Governo vai ter tantas mulheres como o actual Governo de Passos Coelho.
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O próximo Governo socialista será o exacto oposto do primeiro Executivo de Passos Coelho, que optou, em Junho de 2011, por indicar apenas 11 ministros. Uma estratégia que gerou dificuldades e forçou Passos Coelho a emendar a mão ao longo da legislatura. Há cerca de um mês, o líder do PSD indicou 16 ministros para o Executivo que viria a ser derrubado no Parlamento. Ora, de acordo com a lista enviada ao Presidente da República, o Executivo de António Costa vai ter 17 ministros, mais um do que o de Passos Coelho.
Curiosamente, o novo Governo terá o mesmo número de mulheres que tinha o Governo de Passos Coelho: quatro, embora em pastas distintas. António Costa aposta em Francisca Van Dunem para ministra da Justiça, Constança Urbano de Sousa para a Administração Interna, Ana Paula Vitorino para ministra do Mar e Maria Manuel Leitão Marques para ministra da Presidência.
O Governo de António Costa, caso seja aprovado pelo Presidente da República tal como foi apresentado em Belém, contará ainda com Mariana Vieira da Silva como secretária adjunta do primeiro-ministro. Um cargo de elevada responsabilidade que, contudo, não é equiparado a ministra.
Há pelo menos sete antigos governantes que voltam a exercer funções governativas. Três deles foram ministros em Executivos socialistas e mantêm esse cargo. É o caso do pai de Mariana Vieira da Silva, José Vieira da Silva, que volta a liderar o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, tal como sucedeu no primeiro Governo de José Sócrates (no segundo foi ministro da Economia). Também Luís Capoulas Santos regressa ao Ministério da Agricultura, a exemplo do que sucedeu entre 1999 e 2002, no segundo Governo de António Guterres.
Augusto Santos Silva vai assumir o seu quarto cargo ministerial. Depois de ser ministro da Educação e Cultura também com Guterres, foi ministro dos Assuntos Parlamentares e da Defesa Nacional nos dois Executivos de Sócrates. Agora, será ministro dos Negócios Estrangeiros, sucedendo a Rui Machete.
Antigos secretários de Estado são promovidos
Maria Manuel Leitão Marques, que foi secretária de Estado da Modernização Administrativa nos dois Governos de Sócrates, e que é a responsável pelo Simplex, regressa agora como ministra da Presidência e Modernização Administrativa. Também Eduardo Cabrita, que foi secretário de Estado da Administração Local entre 2005 e 2009, regressa agora como ministro adjunto. A sua mulher, Ana Paula Vitorino, que foi secretária de Estado dos Transportes no mesmo período, será agora ministra do Mar, substituindo Assunção Cristas.
Também Pedro Marques, considerado um dos delfins de Vieira da Silva, foi secretário de Estado da Segurança Social nos dois Governos de José Sócrates, entre 2005 e 2011. Depois de ter rumado ao sector privado, trabalhando como consultor na Capgemini, regressa agora a funções públicas, como ministro do Planeamento e Infraestruturas.
Centeno nas Finanças e Caldeira Cabral na Economia
António Costa também foi buscar várias caras novas para o seu Governo. A começar por Mário Centeno, que coordenou o programa económico do PS e se estreia em funções governativas como ministro das Finanças. O professor universitário Manuel Caldeira Cabral ficará responsável pelo Ministério da Economia. O ex-presidente da câmara de Lisboa e filho de Mário Soares, João Soares, será o ministro da Cultura.
Tiago Brandão Rodrigues, de apenas 38 anos, é uma das principais novidades no elenco governativo e será ministro da Educação, substituindo Margarida Mano. José Azeredo Lopes, chefe de gabinete de Rui Moreira na câmara do Porto e ex-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (2006-2011) é o novo ministro da Defesa. Adalberto Campos Fernandes, ex-presidente do conselho de administração do maior hospital de país, o Santa Maria, será o novo ministro da Saúde.
Ministro das Finanças - Mário Centeno
Ministro Adjunto - Eduardo Cabrita
Ministro dos Negócios Estrangeiros - Augusto Santos Silva
Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa - Maria Manuel Leitão Marques
Ministra da Justiça - Francisca Van Dunem
Ministra da Administração Interna - Constança Urbano de Sousa
Ministro da Defesa - Azeredo Lopes
Ministro do Planeamento e Infra-estruturas - Pedro Marques
Ministro da Economia - Manuel Caldeira Cabral
Ministro da Trabalho, Solidariedade e Segurança Social - José António Vieira da Silva
Ministro da Saúde - Adalberto Campos Fernandes
Ministro da Educação - Tiago Brandão Rodrigues
Ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior - Manuel Heitor
Ministro do Ambiente - João Pedro Matos Fernandes
Ministro da Agricultura - Capoulas Santos
Ministra do Mar - Ana Paula Vitorino
Ministro da Cultura - João Soares