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CDS acusa PS de sede de poder e Costa diz que a cassete é dos centristas

Nuno Magalhães acusou o PS de se ter lançado numa "luta desenfreada de conquista de poder" e alertou para os "efeitos económicos" de um Governo apoiado pela esquerda. Costa responde dizendo que "é verdade que fui eu que negociei com o PCP mas, pelos vistos, foram os senhores que ficaram com a cassete".

Nuno Magalhães criticou António Costa por não falar no primeiro dia de debate e lançou uma pergunta à coordenadora do Bloco de Esquerda: 'Há uma pergunta que tem de responder…onde é que a senhora vai estar, no Governo ou na oposição?'
Bruno Simão/Negócios
02 de Dezembro de 2015 às 17:12
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Foi dura a intervenção do líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, que começou por acusar o PS de se ter lançado numa "luta desenfreada de conquista de poder" e de estar, esta quarta-feira, 2 de Dezembro, na Assembleia da República a apresentar um programa que é de um "governo minoritário" que não resulta de qualquer acordo nem "sequer de um texto comum".

 

Depois de dizer que se trata de um programa que "conjunturalmente" pode servir os partidos da esquerda, "não serve Portugal nem os portugueses".

 

E depois de insistir no facto de os socialistas não terem apresentado à discussão uma moção de confiança ao Governo, Magalhães lembrou os "efeitos económicos" que poderão advir da solução governativa encontrada pelo PS para concluir que "só resta" ao PSD e ao CDS "apresentar uma moção de rejeição".

 

Nuno Magalhães terminou a sua intervenção, já depois de aconselhado por Paulo Portas, líder do CDS, a "não perder tempo", com quatro questões dirigidas a António Costa: Se pode assegurar que o défice de 2015 vai ficar abaixo de 3%; onde é que vai buscar dinheiro para compensar as medidas acordadas com BE, PCP, Verdes e PAN; como vai convencer as empresas a investir e criar emprego em Portugal; e o porquê de estar a entregar o sector dos transportes ao PCP.

 

António Costa já não se lembra "desde quando o CDS não vai a votos"

 

A resposta do primeiro-ministro ao deputado centrista começou num tom irónico. Acusado de liderar um Governo que perdeu as eleições, António Costa disse que "não classifico o CDS de perdedor ou vencedor porque, sinceramente, já não me lembro desde quando o CDS não vai a votos". Depois, ironizou dizendo que "é verdade que fui eu que negociei com o PCP mas, pelos vistos, foram os senhores que ficaram com a cassete".

 

Depois desta alusão à persistência do CDS em colocar em causa a legitimidade do PS para governar, o primeiro-ministro atirou que "quem tem mais votos tem mais mandatos" e repetiu que PSD e CDS "não se bastam para ter maioria" na Assembleia da República.

 

É verdade que fui eu que negociei com o PCP mas, pelos vistos, foram os senhores que ficaram com a cassete
António Costa

De seguida, António Costa asseverou a intenção do Governo que lidera em retirar "o país do procedimento por défice excessivo" e garantiu que até ao final do ano não serão tomadas medidas que possam resultar na diminuição de receita ou no aumento da despesa". Quanto ao Tratado Orçamental e à divergência sobre o cumprimento do mesmo entre o PS e os partidos da esquerda que suportam o Executivo, Costa nota que a posição do Executivo está "expressa no programa do Governo" agora em discussão.

 

"O Estado deve respeitar os tratados a que está vinculado enquanto estes se mantiverem em vigor", acrescentou ainda o líder socialista antes de vincar que "respeitamos a pluralidade da identidade de cada um", mas "coincidimos" na intenção de "virar a página da austeridade".

 

A terminar, o primeiro-ministro, já num tom mais carregado, disse a Nuno Magalhães para não se preocupar com os "efeitos económicos" da governação socialista porque depois "dos resultados já testados das soluções mágicas que quiseram adoptar em Portugal (…) com os resultados que alcançaram (…) a mudança de políticas mudará os resultados alcançados".

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