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Governo convoca concertação social para discutir aumento do salário mínimo
António Costa anunciou no Parlamento que a reunião se realizará na próxima semana e que o objectivo é discutir o aumento do salário mínimo para 600 euros ao longo da legislatura.
O objectivo, segundo explicou, é discutir o aumento do salário mínimo nacional para 600 euros ao longo da legislatura.
De acordo com os parceiros sociais contactados pelo Negócios, a reunião está marcada para o próximo dia 10, às 15:00, e a ordem de trabalhos menciona o debate do Programa de Governo.
O salário mínimo é actualmente de 505 euros brutos por mês. O valor subiu 20 euros em Outubro de 2014, numa decisão tomada pelo anterior governo, após três anos e meio de congelamento.
A CGTP defende o aumento imediato para 600 euros, enquanto a UGT propôs para 2016 o valor de 635 euros. As confederações patronais, que se mostram disponíveis para discutir o aumento, têm defendido que os valores a estabelecer num eventual novo acordo devem ser indicativos e sujeitos a análise da evolução de indicadores como a inflação ou a produtividade.
O presidente da CIP afirmou ao final da tarde que as negociações na concertação social "não se esgotam" no salário mínimo e disse estar disponível para "discutir" um acordo de competitividade, crescimento e emprego que deverá "tratar de uma política de rendimentos, na qual estará também incluído o salário mínimo".
"Não nos vão anunciar medidas que, partidariamente ou em termos de parlamento, por maioria já foram decididas", advertiu, adiantando que a concertação social "está valorizada, deve ser valorizada, e o seu papel é insubstituível". "Da CIP, enquanto parceiro social, não terão a disponibilidade para ser caixa receptora de decisões já tomadas", salientou.
No mesmo sentido, o líder da CIP referiu que o salário mínimo deve ser negociado com os parceiros sociais "tendo em conta o crescimento da economia, a inflação e a produtividade".
Sem por em causa um aumento do salário mínimo nacional, António Saraiva diz que a CIP quer ser "parte activa" nas decisões, "contribuir com propostas" e com as soluções que tem para "muitos dos problemas" de competitividade da economia portuguesa.
(Notícia actualizada às 19:54 com as declarações de António Saraiva)