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Noite longa no Brasil: Milhares voltam a acorrer às ruas a pedir demissão de Dilma

A escolha do ex-chefe de Estado para um dos mais altos cargos no país é vista como uma manobra política, numa altura em que a Presidente Dilma Rousseff arrisca um processo de impugnação. Brasil voltou a sair à rua e esta noite as fileiras de manifestantes estão a engrossar ao minuto.

Reuters
16 de Março de 2016 às 23:32
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A Polícia Militar usou gás pimenta e cassetetes para separar dois grupos de manifestantes que estavam a protestar esta quarta-feira em Brasília, contra e a favor do Governo da Presidente Dilma Rousseff. A informação foi confirmada à agência Lusa pela assessoria da Polícia Militar do Distrito Federal, que contava com 100 agentes no local para controlar os manifestantes, que pelas 23:20 (hora de Lisboa) eram já cerca de 1.500.

 

No início, quando o grupo não era ainda muito vasto, havia manifestantes que protestavam contra Dilma e a entrada de Lula da Silva no Governo e outros que se pronunciavam a favor do Partido dos Trabalhadores (PT). No local encontravam-se também elementos do exército para proteger o Palácio do Planalto, a sede do governo, em frente ao qual começaram por decorrer os protestos, acrescentou a mesma fonte. Pouco antes, a mesma fonte deu ainda conta de alguma tensão, sem violência, quando manifestantes anti-Dilma tentaram entrar no palácio.


No entanto, ao longo desta noite, e já à entrada de quinta-feira, as fileiras dos manifestantes foram engrossando. A polícia citada pela BBC referiu que, além do palácio presidencial em Brasília, também milhares de manifestantes acorreram à Avenida Paulista (em São Paulo). Noutras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, há também muitas pessoas na rua a exigir a demissão de Dilma Rousseff.

A Folha de São Paulo avançava, às 03:00 de Lisboa, que decorriam demonstrações de protesto em pelo menos 16 grandes cidades do Brasil.

 

Os dois grupos que iniciaram os protestos desta quarta-feira foram os que organizaram as manifestações no Brasil no passado domingo para exigir a demissão de Dilma Rousseff.

Depois de o ex-Presidente Lula da Silva ter sido nomeado para ministro da Casa Civil, ambos os grupos tinham convocado novas demonstrações para esta tarde, mas os ânimos incendiaram-se com a divulgação, pelo juiz federal Sergio Moro (que comanda a operação Lava Jato), de escutas telefónicas que sugerem que Dilma terá dado o cargo a Lula para o "livrar" dos problemas com a Justiça.

 

A escolha do ex-chefe de Estado para um dos mais altos cargos no país é vista como uma manobra política, num altura em que a própria Presidente arrisca um processo de impugnação. Ao entrar para o Governo, Lula da Silva, investigado no âmbito da Operação Lava Jato - que trata de um esquema de corrupção em várias empresas, incluindo a petrolífera Petrobras - passa a ter "foro privilegiado", podendo apenas ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal.

(notícia actualizada pela última vez às 03:12)

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