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António Filipe e Catarina Martins. O que PCP e Bloco dizem sobre o acordo com o PS
Durante o fim-de-semana deram entrevistas ao Diário de Notícias. Eis uma síntese das perspectivas de António Filipe do PCP e Catarina Martins do Bloco de Esquerda sobre o acordo com o PS.
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António Filipe é mais prudente no que diz respeito a salários e pensões mas tal como Catarina Martins não coloca de parte a possibilidade de integrar um Governo. Eis uma síntese do que disseram sobre a reposição de salários e pensões, a duração do acordo e a eventual participação no Governo.
Reposição de salários e pensões
António Filipe: "É algo que terá de ser visto em concreto [a reposição dos salários e pensões de forma gradual]. Neste momento existem reuniões em curso, estão a ser discutidas essas questões, é evidente que enquanto essas reuniões estiverem em curso, é prematuro estar a dizer o que é que resultará. Todas as indicações que têm sido tornadas públicas, dos vários participantes, é que as reuniões têm sido construtivas. Concluídas essas reuniões, obviamente que os portugueses terão conhecimento daquilo que foi possível concluir, mas é prematuro estarmos a procurar especular sobre o conteúdo de reuniões".
Catarina Martins: "As grandes balizas do Bloco de Esquerda é que todos os rendimentos têm de ficar descongelados, os das pensões e do trabalho, que haja recuperação de rendimentos. O compromisso político que estávamos a fazer permite aos pensionistas recuperar as suas pensões ao longo da legislatura. Se tivessem um governo de direita iam perder com cortes, se fosse governo do PS ficariam congeladas, e o que posso dizer agora é que há acordo para que as pensões vão ser todas descongeladas e as mais baixas terão mesmo um aumento real.(…) Ao longo da legislatura isso irá acontecer com todas [as pensões] e em 2016 com as mais baixas. (…) Além disso, estamos a trabalhar para que o mesmo aconteça com os salários, mas esta é uma questão mais complexa, porque depende de mais fatores, e porque não estamos só a falar da função pública".
Acordo para uma legislatura?
António Filipe: "Naturalmente para uma legislatura. Para poucos dias, é o governo que hoje toma posse. Esse é que de certeza é para ser rejeitado no dia 10 de novembro. É a convicção que temos".
Catarina Martins: "O que está a ser trabalhado é que haja um [acordo válido para toda a legislatura]. (…) Tem de haver uma direcção política clara no acordo, além de uma série de outras medidas que são acordadas, e tem de haver um fundo político para o acordo que está a ser negociado, que terá de ser algo em que todos os partidos se revejam. (…) Enquanto esse compromisso for respeitado, o governo está em funções".
Integrar o governo?
António Filipe: "Essa questão, neste momento, não se põe e o que foi dito é que se o PS quiser formar governo está em condições de o poder fazer".
Catarina Martins: "Só depois de estarem fechados todos os pontos políticos relevantes é que essa discussão tem sentido. Que garantias é que teria um qualquer ministro para fazer uma coisa importante na sua área se não tiver as condições orçamentais para o fazer, se não tiver as condições de acordo político para o fazer? Nenhumas. Portanto, o que interessa é a garantia política primeiro".