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Ana Catarina Mendes diz ao Bloco que papéis assinados são "meras questões de forma"

A líder parlamentar do PS mostrou certezas de que socialistas e esquerda "juntos" irão "construir os caminhos da convergência que os eleitores exigem", porém disse não abdicar de diálogo com PSD e CDS. Ana Catarina Mendes desvalorizou as críticas bloquistas sobre a ausência de acordos formais.

Lusa
31 de Outubro de 2019 às 12:03
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"Estou certa de que juntos saberemos construir os caminhos da convergência que os eleitores nos exigem", proclamou Ana Catarina Mendes no encerramento do debate do programa de Governo.


A líder do grupo parlamentar socialista falava para as forças de esquerda, com as quais disse acreditar haver "caminho para andar". Porque apesar do programa de Governo ter sido sufragado pelos portugueses, na medida em que assenta nas propostas eleitorais do PS, os socialistas pretendem que na respetiva discussão parlamentar o documento possa "receber contributos que o enriqueçam".


No entanto, tal não significa que o PS enjeite continuar a dialogar com PSD e CDS, notando que, em especial com os sociais-democratas, há diversas matérias onde se verifica convergência como na descentralização, fundos comunitários, defesa ou política europeia.

 

Ana Catarina Mendes respondeu depois ao líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, que ontem criticou a opção socialista de não assinar acordos formais a pensar na legislatura. A deputada socialista garante que se está a dar demasiada importância ao tema, considerando que isso são "tudo meras questões de forma".


Isto porque o que conta é saber onde cada partido se posiciona no que toca à opção por medidas com impacto real e positivo na vida das pessoas. Para não deixar margem para dúvidas de que este não é um Governo a prazo, Ana Catarina Mendes notou que neste programa para a governação está presente uma "ação política para a legislatura".


"Direita esteve ausente"

Ana Catarina Mendes retirou três conclusões destes dois dias de discussão do programa do Executivo socialista. A primeira passa pela constatação de que os portugueses "pediram estabilidade política e que apesar de terem reforçado a bancada do PS mostraram que pretendem ver continuada a solução política dos últimos quatro anos, independentemente da forma que esta assuma.


A segunda conclusão diz respeito à ausência da direita. "O PSD parece zangado com o PS, mas na verdade continua zangado com os portugueses (…) Onde esteve o CDS? Continua em estado de negação, nem uma proposta nova e sempre as mesmas críticas que os factos desmentem", atirou defendendo que "governos fortes precisam de oposições fortes".


A finalizar, a deputada sinalizou tratar-se de um programa de Governo pensado para um "novo ciclo" e que "abre caminhos para entendimentos e formação de maiorias positivas".
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