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Chegar depressa ao nível de vida europeu seria como “ganhar a lotaria do Natal”, diz Rio

O presidente do PSD criticou as opções do Programa de Governo e acusou o Executivo de estar a atender a uma "nubente cara", em vez de facilitar o crescimento das PME.

Lusa
31 de Outubro de 2019 às 12:05
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Rui Rio, presidente do PSD e líder da bancada dos sociais-democratas, criticou esta quinta-feira as prioridades do Governo socialista. No encerramento do debate do Programa de Governo, defendeu que as pequenas e médias empresas deviam estar no centro das atenções do Executivo, em vez da necessidade de agradar a uma "nubente cara" - a esquerda que exigirá ginástica financeira para implementar medidas de uma ideologia comunista.

"A probabilidade de que Portugal possa, de forma relativamente rápida, ter um nível de vida coincidente com a média comunitária, só poderá existir na mesma medida em que existe a probabilidade de se acertar na lotaria do Natal," criticou Rui Rio, que subiu à tribuna para discursar.

Para o PSD, as PME deviam ser escolhidas como "alvo prioritário das políticas públicas com impacto na economia". Para isso, seria preciso apoiar o reforço dos seus capitais e baixar a carga fiscal que suportam, defendeu o líder social-democrata.

No campo dos serviços públicos, o PSD concorda com os objetivos enunciados pelo Governo em matéria de saúde, mas desconfia da capacidade do Executivo socialista de fazer aquilo que, para o PSD, não foi feito nos últimos quatro anos. "Os serviços públicos em geral, e a saúde em particular, são as nódoas mais escuras da governação socialista", criticou Rio.

No que toca ao ambiente, Rui Rio prometeu uma fiscalização apertada sobre "a forma como tem vindo a ser gerido o negócio da extração de lítio no norte do país" e garantiu mesmo que "o grupo parlamentar do PSD não vai deixar este enigma por desvendar".

Por fim, o líder do PSD acusou o Governo de querer agradar a uma "nubente cara", a esquerda que "seguramente exigirá do seu companheiro socialista alguma ginástica financeira com o magro rendimento de que dispõe, agora que já não vivemos tempos de grande euforia económica".

Sem deixar de colocar o PSD como o "principal partido de oposição", Rui Rio abriu ainda assim a porta a entendimentos com o Governo, assegurando que os sociais-democratas vão colaborar "em tudo aquilo que for positivo para o país" e garantindo que não farão uma "política de bota-abaixo".
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