Notícia
Draghi admite que esperava dados económicos melhores, mas estratégia mantém-se
O presidente do Banco Central Europeu admitiu que a economia desiludiu face ao esperado, mas reiterou a sua estratégia de retirada gradual dos estímulos.
O crescimento económico do terceiro trimestre pode ter sido desapontante para Mario Draghi, mas o presidente do Banco Central Europeu (BCE) não vai desviar-se do seu objectivo de retirada gradual dos estímulos da política monetária. Perante os eurodeputados esta segunda-feira, 26 de Novembro, Draghi mostrou-se confiante quanto à evolução da inflação.
"Os dados que ficaram disponíveis desde a minha visita em Setembro têm sido de alguma forma mais fracos do que o esperado", admitiu Mario Draghi esta tarde no Parlamento Europeu, perante a comissão para os Assuntos Económicos e Monetários, referindo que a desaceleração reflecte as tensões comerciais e alguns factores específicos a países e a sectores da União Europeia.
No terceiro trimestre, o PIB do conjunto dos Estados-membros cresceu 1,7%, em termos homólogos - a pior marca desde 2014. Em cadeia, o crescimento foi de 0,2% (0,4% no primeiro semestre).
Com estes números, a questão coloca-se: o BCE considera que esta travagem é temporária ou chegou para ficar? Draghi começou por dizer que "uma desaceleração gradual é normal assim que as expansões [económicas] amadurecem e o crescimento converger para o potencial de longo prazo". Ou seja, parte desta travagem é comum.
Porém, acrescentou que também há uma parte que "pode ser temporária". Um dos exemplos é a indústria automóvel que meteu o pé no travão no terceiro trimestre por razões pontuais.
Quanto ao mandato do banco central - que passa pelo controlo dos preços - Mario Draghi assegurou que "existem boas razões para se estar confiante de que a inflação subjacente irá aumentar gradualmente nos próximos tempos". O presidente do BCE antecipa uma subida dos salários - que tem demorado a chegar à Europa - uma vez que a taxa de desemprego está em mínimos de 2008, o que irá pressionar os preços.
Face a estes desenvolvimentos, o fim das compras em 2019 vai acontecer? "No geral, os desenvolvimentos recentes confirmam a avaliação feita pelo conselho de governadores do BCE quanto à projecção da inflação a médio prazo", disse Draghi, confirmando que continua a prever o fim da aquisição de dívida em Dezembro deste ano. E que continua a existir a necessidade de um "nível significativo" de estímulos monetários através das taxas de juro baixas.
Draghi admite, no entanto, que as incertezas mantêm-se e, por isso, a política monetária continuará a ser lidada com "paciência, prudência e persistência". Daqui a duas semanas, o BCE reúne-se pela última vez este ano, altura em que deverá confirmar o fim do programa de compra de dívida e em que é expectável que possa haver mais pistas sobre a política de reinvestimento.
Já nas minutas da última reunião, divulgadas na semana passada, os responsáveis do Banco Central Europeu reconheciam que a economia europeia estava a ser afectada por "incertezas e fragilidades", mas asseguravam que, de forma geral, os dados continuam a apontar para crescimento económico. Na última reunião, Draghi chegou mesmo a dizer que "não há razão para que o crescimento na Zona Euro termine de forma abrupta".
"Os dados que ficaram disponíveis desde a minha visita em Setembro têm sido de alguma forma mais fracos do que o esperado", admitiu Mario Draghi esta tarde no Parlamento Europeu, perante a comissão para os Assuntos Económicos e Monetários, referindo que a desaceleração reflecte as tensões comerciais e alguns factores específicos a países e a sectores da União Europeia.
Com estes números, a questão coloca-se: o BCE considera que esta travagem é temporária ou chegou para ficar? Draghi começou por dizer que "uma desaceleração gradual é normal assim que as expansões [económicas] amadurecem e o crescimento converger para o potencial de longo prazo". Ou seja, parte desta travagem é comum.
Porém, acrescentou que também há uma parte que "pode ser temporária". Um dos exemplos é a indústria automóvel que meteu o pé no travão no terceiro trimestre por razões pontuais.
Quanto ao mandato do banco central - que passa pelo controlo dos preços - Mario Draghi assegurou que "existem boas razões para se estar confiante de que a inflação subjacente irá aumentar gradualmente nos próximos tempos". O presidente do BCE antecipa uma subida dos salários - que tem demorado a chegar à Europa - uma vez que a taxa de desemprego está em mínimos de 2008, o que irá pressionar os preços.
Face a estes desenvolvimentos, o fim das compras em 2019 vai acontecer? "No geral, os desenvolvimentos recentes confirmam a avaliação feita pelo conselho de governadores do BCE quanto à projecção da inflação a médio prazo", disse Draghi, confirmando que continua a prever o fim da aquisição de dívida em Dezembro deste ano. E que continua a existir a necessidade de um "nível significativo" de estímulos monetários através das taxas de juro baixas.
Draghi admite, no entanto, que as incertezas mantêm-se e, por isso, a política monetária continuará a ser lidada com "paciência, prudência e persistência". Daqui a duas semanas, o BCE reúne-se pela última vez este ano, altura em que deverá confirmar o fim do programa de compra de dívida e em que é expectável que possa haver mais pistas sobre a política de reinvestimento.
Já nas minutas da última reunião, divulgadas na semana passada, os responsáveis do Banco Central Europeu reconheciam que a economia europeia estava a ser afectada por "incertezas e fragilidades", mas asseguravam que, de forma geral, os dados continuam a apontar para crescimento económico. Na última reunião, Draghi chegou mesmo a dizer que "não há razão para que o crescimento na Zona Euro termine de forma abrupta".