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Banco de Inglaterra mantém juros. Brexit condiciona rumo natural da política monetária

O Banco de Inglaterra decidiu manter os juros inalterados. Caso não houvesse Brexit, os analistas admitem que haveria novo aumento dos juros.

EPA
01 de Novembro de 2018 às 12:05
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O Banco de Inglaterra decidiu, por unanimidade, manter os juros inalterados nos 0,75%, esta quinta-feira, 1 de Novembro. Depois de duas subidas dos juros, a política monetária britânica deverá manter-se na mesma linha numa altura em que o Brexit ainda está em aberto. Os juros continuam assim no nível mais elevado desde 2009, um dos anos do pico da crise financeira internacional.

No texto da decisão é possível identificar alguns sinais dados pelo comité de política monetária. Há a expectativa de que a economia vai estar forte nos próximos tempos, o que poderá forçar novos aumentos dos juros. O Banco da Inglaterra prevê que a inflação fique acima dos 2% nos próximos dois anos, principalmente por via do aumento dos salários.

O banco central, no entanto, está a assumir um cenário em que a saída do Reino Unido da União Europeia não cause demasiados estragos à economia. Esse é o factor mais decisivo no que toca à evolução da economia, admite o Banco de Inglaterra, referindo que "não é possível antecipar o impacto" que poderá vir a ter.
A Bloomberg escreve esta quinta-feira que, "em tempos normais", o Banco de Inglaterra deveria estar a preparar-se para mais uma subida dos juros, acelerando a normalização da política monetária. No entanto, com o Brexit à porta e as difíceis negociações com Bruxelas, Mark Carney tem de ser mais cauteloso.


"Uma vida sem o Brexit seria uma vida feliz e simples para o Banco de Inglaterra", diz o analista Dan Hanson, da Bloomberg Economics, referindo que "com as negociações a mostrarem pouco progresso, o banco central irá olhar provavelmente para lá dos actuais dados económicos positivos". "Assumindo que há um acordo, provavelmente os juros subirão em Maio", prevê.

Isto no dia em que o The Times noticia que terá sido alcançado um acordo preliminar entre Londres e Bruxelas sobre os serviços financeiros, informação entretanto desmentida tanto por Bruxelas como por Londres. Este acordo nos serviços financeiros fará parte da segunda parte do Brexit, ou seja, do documento que define a futura relação entre o Reino Unido e a União Europeia. O negociador do Governo de Theresa May para o Brexit disse ontem que espera um acordo até 21 de Novembro.

Até ao momento, a estratégia do banco central tem sido de aumentar os juros de forma "limitada e gradual" e os economistas consultados pela Bloomberg não prevêem uma mudança dessa directriz. O Banco de Inglaterra vê a economia a crescer 1,7% no próximo ano, abaixo daquilo que é esperado para o conjunto da União Europeia. Por um lado, o consumo está a superar as expectativas. Por outro lado, o investimento empresarial continua hesitante face ao Brexit. 

Após a decisão, a libra avançava 1,21% face ao dólar.


(Notícia actualizada às 12h25)
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