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Draghi reage a críticas de Di Maio: credibilidade do BCE assenta na "independência"

Depois de Di Maio ter acusado o governador do BCE de "envenenar o clima" após este ter avisado Roma para não insistir no desafio às regras europeias, Mario Draghi vem esta sexta-feira defender que a independência dos bancos centrais deve ser protegida.

Reuters
26 de Outubro de 2018 às 16:26
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O italiano Mario Draghi deu sequência à troca de galhardetes com o vice-primeiro-ministro transalpino e líder do 5 Estrelas, Luigi Di Maio. O líder do Banco Central Europeu (BCE) defendeu esta sexta-feira, 26 de Outubro, a importância de assegurar a independência dos bancos centrais em relação aos governos nacionais.

Uma declaração que surge depois de esta manhã Di Maio ter criticado Draghi pelo facto de apesar de ser italiano fazer declarações que prejudicam o seu país.

A "credibilidade" do BCE assenta na sua "independência" afirmou hoje Draghi num discurso feito em Bruxelas.

"O BCE não deve agir como sujeito de predominância orçamental ou política e deve ser livre para escolher os instrumentos mais apropriados para cumprir o seu mandato. Já os agentes políticos devem proteger a independência dos bancos centrais", disse Draghi.

Na quinta-feira, depois da habitual reunião dos governadores do BCE, Mario Draghi sugeriu ao governo eurocéptico de Itália para moderar o tom no braço-de-ferro iniciado com a Comissão Europeia a propósito da proposta orçamental transalpina, cujas metas colocam em causa as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Perante a forte subida dos juros associados à dívida pública italiana devido ao receio dos investidores acerca das novas prioridades orçamentais de Roma, Draghi afirmou que se o executivo de aliança entre o 5 Estrelas e a Liga quer mesmo defender os interesses do povo italiano deve parar de colocar em causa "o actual enquadramento legal do euro".

Esta foi uma resposta às palavras também hoje proferidas pelo "grillino" Di Maio. "Draghi pode dizer aquilo que quiser e não sou ninguém para o censurar (...) Na minha opinião, num momento em que é preciso animar Itália fico espantado que um italiano envenene desta forma o clima", disse citado pelo La Stampa. 

Já sobre o orçamento italiano chumbado pela Comissão, uma decisão nunca tomada pelo órgão executivo europeu desde a criação da Zona Euro, o líder do 5 Estrelas reiterou que a proposta de Roma foi feita a pensar nos italianos mais desfavorecidos. "Estamos a preparar um orçamento que apoia os mais fracos. Estamos a tentar fazer algo nunca feito, tiramos à banca e seguradoras para dar aos cidadãos".

(Notícia actualizada às 16:50)

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