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BCE reconhece que economia está a ser penalizada por “incertezas e fragilidades”
De acordo com as minutas da última reunião do BCE, os responsáveis do banco central reconheceram que a economia está a ser afectada por "incertezas e fragilidades". Porém, dizem que isto não é suficiente para diminuir a confiança na sua robustez.
Os responsáveis do Banco Central Europeu (BCE) reconheceram que a economia está a ser afectada por "incertezas e fragilidades", de acordo com as minutas da última reunião de política monetária. Contudo, também afirmam que isto não é suficiente para diminuir a confiança na robustez da economia da Zona Euro.
"É preciso salientar que os dados divulgados, embora mais fracos do que o estimado, continuam de forma geral consistentes com o crescimento em curso", afirmou o BCE, citado pela Bloomberg, referindo ainda que os riscos para a economia estão "equilibrados de forma geral".
O cenário poderá ser "avaliado de forma mais aprofundada" quando o BCE divulgar as previsões para 2021 na reunião de Dezembro.
As minutas são divulgadas três semanas antes de o banco central liderado por Mario Draghi realizar o último encontro do ano, quando é esperado que confirme que vai pôr fim ao programa de compra de dívida. Além disso, os receios do BCE em torno da economia também são expressados numa altura em que persistem as dúvidas dos investidores relativamente às perspectivas para a expansão global.
Os responsáveis do BCE concordaram que "é necessária uma continuidade e firmeza relativamente à política monetária, num cenário que ainda está sujeito a uma série de incertezas e fragilidades".
O tema do proteccionismo também esteve em cima da mesa na última reunião do BCE. Apesar de reconhecerem os riscos em torno desta questão, o conselho de governadores também disse que o impacto adverso nas economias "mais abertas" pode estar a ser ofuscado pelo "aumento das importações, em particular nos EUA".
BCE não dá pistas sobre nova ronda de financiamento
Os investidores esperavam que as minutas do BCE dessem mais pistas sobre a possibilidade de uma nova ronda de financiamento (TLTRO, na sigla em inglês). Isto depois de Mario Draghi ter dito durante a conferência de imprensa, após a reunião de 24 e 25 de Outubro, que esta questão tinha sido falada por dois responsáveis.
Fontes avançaram à Reuters que o BCE não deve tomar uma decisão sobre esta questão na reunião de Dezembro.
Os bancos da Zona Euro obtiveram 739 mil milhões de euros na mais recente ronda de TLTRO do BCE, em Março de 2017. Até agora, foram pagos 14,6 mil milhões, com o restante a alcançar a maturidade a partir de 2020.
De acordo com a Reuters, isto pode ser penoso para alguns países, como é o caso de Itália, onde os países têm de pagar 250 mil milhões de euros em TLTRO, num cenário de subida das taxas e incerteza política.