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BCE mantém juros no mínimo e põe fim ao programa de compras

Tal como esperado, o Banco Central Europeu confirmou esta quinta-feira que o programa de compra líquida de dívida termina. Mas já deu novas pistas: a fase de reinvestimentos vai perdurar, pelo menos, para lá do Verão de 2019.

O Verão de 2012 ficou gravado na memória dos investidores como o Verão em que mais perto se esteve de ver o projecto do euro fracassar. A pressão sobre a dívida soberana dos chamados países periféricos do euro, com especial incidência numa primeira fase nas obrigações de Itália e de Espanha, começou a ser insustentável.
Em Fevereiro desse ano tinha sido aprovado o segundo resgate da troika à Grécia, mas o ponto de maior tensão chegou em finais de Julho. Em Espanha, a nacionalização do Bankia tinha acabado por precipitar o pedido de um resgate para o sector financeiro, até 100.000 milhões de euros, o que não evitou que os juros da dívida disparassem. Só as palavras de Mario Draghi, presidente do BCE, e o seu compromisso com o euro ajudaram a 'apagar o incêndio'. Portugal, que também teve de pedir ajuda em Abril de 2011, não esteve imune a esta crise. A 'má prestação' destes quatro países levou a que os britânicos cunhassem o termo 'PIGS' (Portugal, Itália, Grécia e Espanha), tendo mais tarde os apuros na banca irlandesa adicionado mais um 'i' a este acrónimo pejorativo.
reuters
13 de Dezembro de 2018 às 12:59
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O Banco Central Europeu (BCE) confirmou esta quinta-feira o fim do programa de compra líquida de activos. Além disso, deixou as taxas de juro directoras inalteradas em valores mínimos. As duas medidas concretizam a progressiva redução dos estímulos ao mercado, tal como já tinha sido comunicado pelo presidente do BCE, Mario Draghi. Contudo, a política monetária mantém-se altamente acomodatícia, ainda com várias medidas no terreno e pronta para interromper a retirada dos apoios caso a economia da Zona Euro descarrile.

Sobre o programa de compra de activos, o BCE confirmou todas as indicações que já tinha deixado, e somou alguma informação sobre como será a actuação do banco central a partir de 2019. A partir de Janeiro, o programa passará para uma fase de reinvestimentos, o que significa que os bancos centrais vão estar no mercado apenas a comprar a quantidade de dívida que for vencendo, em vez de continuar a alargar as suas carteiras. Esses reinvestimentos serão feitos "na totalidade" e vão manter-se " por um extenso período de tempo, para lá da data" em que os juros começarem a subir.

A redução da actividade do BCE poderá promover uma progressiva subida dos juros, uma vez que a diminuição da procura por dívida dos Estados deverá obrigar a oferecer juros mais elevados aos investidores. Desta forma, Draghi tenta assegurar que o mercado ajusta as suas expectativas lentamente.

Tal como esperado, os juros aplicados às operações principais de refinanciamento mantiveram-se em zero. As taxas para a facilidade permanente de cedência de liquidez continuam em 0,25% e para a facilidade permanente de depósito ficaram nos -0,40%. O Conselho do BCE renovou ainda as indicações que já tinha dado ao mercado: os juros vão ficar neste patamar "pelo menos até durante o verão de 2019 e, em qualquer caso, enquanto for necessário."

Mario Draghi vai explicar as decisões de política monetária numa conferência de imprensa marcada para as 13h30 de Lisboa, que pode acompanhar aqui.

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