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Moody's: Fim do programa de financiamento do BCE terá um impacto "moderado" para a banca ibérica
A Moody’s considera que a banca portuguesa e espanhola será afectada "moderadamente" com o fim do programa de financiamento a baixos custos e que os riscos de refinanciamento também são limitados.
A rentabilidade dos bancos espanhóis e portugueses vai ser afectada de forma moderada quando tiverem de reembolsar o financiamento recebido no âmbito das rondas de empréstimos de prazo alargado com juros de 0%, salienta a Moody’s numa nota publicada esta segunda-feira, 3 de Dezembro.
A última ronda de financiamento, no âmbito do chamado o TLTRO, ocorreu em Março do ano passado. Na altura p BCE emprestou 739 mil milhões de euros, com os financiamentos a atingirem a maturidade a partir de 2020. Estas operações foram realizadas com juros de 0%.
A Moody’s salienta que, além de serem afectados "moderadamente" por esta questão, os "riscos de refinanciamento serão limitados", adianta a mesma agência.
"O BCE garantiu o financiamento sob condições atractivas para aliviar os custos de financiamento dos bancos europeus, ao oferecer uma alternativa para ajudar ao crescimento" do mercado de crédito. "Os bancos portugueses e espanhóis, em conjunto com Itália e Grécia, constam como os países que, com base na percentagem de todos os activos, mais dependem do financiamento do BCE", salienta a Moody’s.
"Quaisquer riscos do financiamento de TLTRO serão limitados para os bancos ibéricos, devido às almofadas de liquidez e à emissão de nova dívida de longo prazo no mercado de capitais", realça Maria Jose Mori, da Moody’s, citada no comunicado.
"Os bancos espanhóis e portugueses continuam a beneficiar da desalavancagem do balanço e dos depósitos amplamente estáveis, o que alivia a pressão sobre as métricas de liquidez nos dois sistemas", adianta a mesma responsável.
Apesar de os bancos ibéricos terem já vindo a reduzir o financiamento junto do BCE, a Moody’s realça que as margens poderão diminuir, uma vez que as instituições terão de substituir estas linhas de financiamento por outras, cujos custos serão sempre mais elevados.