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China travou a subida dos juros pela Fed em Setembro
Janet Yellen não subiu os juros e, na altura, justificou que precisava de mais tempo. As minutas da reunião revelam agora que o grande foco está no impacto que a China poderá ter nas previsões para os EUA. Mas a reunião de Dezembro ainda pode ficar na história.
A opção estava em cima da mesa e grande parte dos analistas assim antevia. A Reserva Federal dos EUA iria subir a taxa de juro de referência em Setembro. Mas a turbulência que, em Agosto, a China criou nos mercados, fez soar os sinais de alarme e, por isso, a instituição liderada por Janet Yellen decidiu adiar a decisão. Ainda assim, a reunião de Dezembro apresenta-se como a grande candidata à primeira subida dos juros em quase uma década.
A mais recente reunião da Fed acabou com a taxa de juro de referência inalterada no actual mínimo histórico, entre 0% e 0,25%. Uma decisão que apanhou alguns de surpresa, mas outros nem tanto, já que se seguiu às fortes retracções nos mercados internacionais. "O Comité [Federal do Mercado Aberto, ou FOMC] decidiu que era prudente aguardar por mais informações que confirmassem que as previsões económicas não se tinham deteriorado", revelam as minutas da reunião realizada a 16 e 17 de Setembro.
O grande foco é que os receios em torno da China e dos seus potenciais efeitos de contágio noutras economias "deverão deprimir as exportações norte-americanas" e acentuar a valorização do dólar. Numa altura em que a inflação ainda está longe do objectivo de 2%, isto poderia prejudicar ainda mais a recuperação. As minutas acrescentam que "os participantes anteciparam que os recentes desenvolvimentos mundiais deverão pressionar ainda mais a inflação".
Ainda assim, "a taxa de desemprego caiu para um nível próximo das estimativas da maioria" dos responsáveis. Mais um sinal de que as condições para a normalização monetária parecem, por isso, reunidas. Até porque 13 dos 17 membros do FOMC prevêem que acontecerá ainda este ano.
As minutas da reunião revelam que os inquéritos da Fed apontavam, na altura, que os participantes do mercado estavam divididos entre as reuniões de Setembro e Dezembro. Excluída a primeira, o The Wall Street Journal veio colocar ainda mais pressão. Num inquérito por si conduzido, 64% dos economistas antecipam que em Dezembro será feita história.