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Fed mantém juros próximos de zero e adia decisão para Outubro

A Reserva Federal dos EUA decidiu manter a sua taxa de referência inalterada entre zero e 0,25%. Janet Yellen deixa para Outubro a decisão de subir os juros na maior economia do mundo.

Reuters
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Ainda não foi desta que a Reserva Federal dos EUA subiu as taxas de juro no país. O banco central americano, comandado por Janet Yellen, decidiu esta quinta-feira, 17 de Setembro, manter a taxa de juro de referência inalterada num intervalo entre zero e 0,25%. A maioria dos especialistas considera, porém, que a instituição deverá realizar a primeira subida dos juros em quase uma década ainda durante este ano.

A expectativa era grande, mas a presidente do banco central americano acabou por fazer o que o mercado já esperava: adiar. A decisão para manter a taxa de referência em mínimos históricos foi praticamente unânime entre os membros do Comité Federal de Mercado Aberto. A votação contou com nove votos a favor e apenas um contra. O presidente da Reserva Federal de Richmond, Jeffrey Lacker, foi o único membro da instituição que defendeu o regresso às subidas.

O seu voto não é uma surpresa, na medida em que tem pressionado a Fed para subir juros, argumentando que a melhoria das condições económicas nos EUA já não justificam a manutenção das taxas em níveis de emergência.

Decisão esperada

Entre os 30 economistas de instituições financeiras inquiridos pelo Financial Times, 14 apontavam que Setembro marcará o início de mais um ciclo de subidas da taxa de referência. Deste lado da trincheira estão responsáveis do Bank of America, JPMorgan, Société Générale e UBS, ao passo que nove economistas acreditam que a decisão surgirá em Dezembro. E apenas três apontam que o tão aguardado veredicto irá derrapar para 2016. 

Eram vários os argumentos contra e a favor da subida de juros. A favor, os especialistas argumentavam que a taxa de desemprego no país já se encontra acima da meta estabelecida pela Fed, um aspecto que dava margem à Fed para iniciar a normalização do ciclo. Por outro lado, a economia americana cresce a bom ritmo, com o PIB dos EUA a subir 2,7% no primeiro semestre. Por fim, alguns membros da instituição acreditam que o banco central americano pode estar a esperar demasiado, o que traz riscos. O risco apontado por vários especialistas é que os juros baixos empurram os investidores para activos mais arriscados, o que poderá culminar com uma bolha.

Já do outro lado da barricada, entidades como o FMI ou o Banco Mundial alertaram a Fed para os efeitos de uma subida na reunião de hoje. A instabilidade financeira é a principal preocupação, num momento em que os mercados atravessam um período conturbado, fruto da crise na China. Em segundo lugar, os defensores da manutenção dos juros próximos de zero dizem que o facto da inflação estar ainda em níveis muito deprimidos dá espaço à instituição para adiar a subida de juros. A inflação nos EUA manteve-se, em Agosto, em 0,2%, muito distante do objectivo de longo prazo da Fed: 2%. Por fim, apesar do mercado laboral americano estar a melhorar, os salários ainda precisam de subir mais.

Os investidores aguardam agora os argumentos de Janet Yellen, que discusa às 19h30, dando indicações em relação à evolução futura da taxa de referência no país.

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