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Exportadoras empurram bolsas europeias para o vermelho após desilusão com a Fed

No dia seguinte à Reserva Federal ter decidido manter a taxa de juro directora, as principais praças europeias estão a transaccionar em terreno negativo para a maior queda em duas semanas. Cotadas exportadoras são as mais penalizadas devido ao receio de valorização do euro.

18 de Setembro de 2015 às 16:23
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O índice bolsista Stoxx 600, que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, está a ceder 2,15% para 353,46 na sessão desta sexta-feira, 18 de Setembro. A tendência de perdas alastrou-se às principais praças europeias depois de a Reserva Federal dos Estados Unidos ter ontem decidido manter a taxa de juro directora no mínimo histórico situado entre 0% e 0,25%.

 

Ainda na passada quinta-feira, os mercados cambiais reagiram de imediato à decisão da instituição liderada por Janet Yellen, com o euro a valorizar mais de 1% face ao dólar. Tendo em conta a expectativa de que a Fed iria decretar o primeiro aumento dos juros desde 2006 já na reunião que terminou ontem, o dólar havia incorporado essa mesma perspectiva o que também contribuiu para a sua valorização face às principais divisas internacionais.

 

No entanto, a manutenção dos juros em níveis próximos de zero levou à desvalorização do dólar e consequente valorização da moeda europeia, o que está a determinar perdas para as exportadoras do continente europeu cuja capacidade competitiva é penalizada.

 

O analista-chefe do dinamarquês Danske Bank, Allan von Mehren, citado pela agência Bloomberg, sublinha que "as acções estão a incorporar o preço mais alto do euro, depois de a Fed ter sido mais ‘pomba’ [equivalente a política monetária moderada] do que o esperado".

 

O índice germânico DAX está assim a registar as maiores perdas comparativamente com as suas congéneres, estando a ceder 3,15%. Cotadas como a Daimler (fabricante da Mercedes) e a BMW, com quedas de 3,87% para 72,58 euros e de 3,15% para 85,48 euros, respectivamente, estão a pressionar o sector automóvel europeu para uma descida de 3,22%. Também a francesa Renault está a perder 4,01% para 74,16 euros.

 

O espanhol Ibex, o gaulês CAC40 e as praças italiana e holandesa também estão a cair acima de 2,5%, enquanto o português PSI-20 com uma descida de 1,35% está a registar uma das quedas mais moderadas.

 

Outro sector que está a penalizar as bolsas europeias é o petrolífero, que segue a ceder 3,43% numa altura em que o preço do petróleo nos mercados internacionais está em forte queda. Em Londres, o Brent do Mar do Norte, utilizado como valor de referência para as importações nacionais, recua 1,79% para 48,20 dólares por barril, e o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, perde 3,39% para 45,31 dólares.

 

Também a penalizar o Stoxx 600 segue o Deutsche Bank, a cair 4,67% para 25,13 euros já depois de uma fonte relacionada com o processo ter revelado que o banco alemão pretende encerrar os negócios na Rússia de banca de empresas e de corretagem de acções.

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