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Yellen imita Bernanke e adia subida de juros para Dezembro  

Era para ser em Setembro mas só aconteceu em Dezembro. Foi o que fez Ben Bernanke em 2013 quando começou a retirar os estímulos e deverá ser o que fará Janet Yellen na primeira subida de juros em quase 10 anos.

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HSBC’s Bunning Says Fed Rate Hike Likely in Dec.
18 de Setembro de 2015 às 11:01
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Nos mercados financeiros os investidores aguardavam com muita expectativa a reunião deste mês da Reserva Federal. Acreditavam que seria um Setembro para recordar ("September to remember"), com o anúncio da primeira subida de juros em quase 10 anos.

 

Mas o banco central dos Estados Unidos decidiu manter no congelador o agravamento do preço do dinheiro e os analistas acreditam agora que só em Dezembro a Fed vai deixar de ter os juros em mínimos históricos.

 

Um movimento que faz lembrar o que fez a Fed em 2013. Ben Bernanke tinha sinalizado que em Setembro desse ano iria começar a reduzir o programa de estímulos através da compra de títulos de dívida. Mas as incertezas em redor da economia mundial motivaram o adiamento da decisão, que só acabou por acontecer em Dezembro.

 

A situação actual "está alinhada em tantas formas" com a de 2013, comentou à Bloomberg Aneta Markowska, economista-chefe  do Société Générale nos Estados Unidos.

 

Em Setembro de 2013 Bernanke citou incertezas nas perspectivas para a economia norte-americana para justificar o adiamento da decisão. O mesmo fez ontem Janet Yellen, que pediu mais tempo para analisar qual será o impacto que a recente turbulência nos mercados terá na economia norte-americana. E a fonte da turbulência, tal como em 2013, está nos mercados emergentes, sendo que o motivo da preocupação agora está centrado sobretudo no abrandamento da economia chinesa e o impacto que tal terá no resto do mundo.

 

Aumento em Dezembro

A presidente da Fed assinalou que continua a ser mais provável a Fed subir os juros este ano e não descartou mesmo que tal possa acontecer já na próxima reunião de Outubro. Mas as expectativas dos economistas apontam para que tal só venha a acontecer em Dezembro.

 

"Se não o fizeram agora, acho que faz muito mais sentido que avancem em Dezembro", comentou à Bloomberg Michael Feroli, economista-chefe do JPMorgan, que na sua estimativa também tem Dezembro como data provável para a Fed subir os juros, apesar de não descartar que tal só venha a ocorrer em 2016. Dominic Bunning, do HSBC, também aponta para uma subida de juros em Dezembro.

 

Chris Rupkey, do Bank of Tokyo-Mitsubishi, assinala que Yellen tem uma tarefa difícil em convencer totalmente os investidores de que vai mesmo subir os juros este ano. "A minha estimativa aponta para" subida de juros em Dezembro, "mas não apostava a minha vida nisso".

 

A Pimco também duvida que a Fed avance este ano com uma subida de juros. "Nenhuma subida de juros hoje e nenhuma razão para pensar que a Fed acredite que subirá os juros em Dezembro. E esqueçam Outubro", escreveu o estratega da gestora de activos.

 

Nos mercados a possibilidade de ocorrer uma subida de juros em Dezembro também já é inferior a 50%, tendo em conta os futuros das taxas de juro da Fed. Na quarta-feira estes títulos atribuíam uma probabilidade de 64% de ocorrer uma subida em Dezembro.  

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