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BCE garante que não são precisos mais estímulos

O esgrimar de argumentos continua. Se vários economistas defendem mais medidas, nomeadamente o famoso "helicóptero do dinheiro", os responsáveis do BCE apressam-se a garantir que não. Agora foi a vez do governador do banco central da Eslovénia.

Reuters
10 de Junho de 2016 às 11:39
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Dois lados da barrica, a economia da Zona Euro ao centro. Cada vez mais especialistas têm vindo a público defender a necessidade de um "helicóptero de dinheiro", de modo a impulsionar a inflação e o crescimento na união monetária. Por isso, vários responsáveis do Banco Central Europeu (BCE) contra-atacaram publicamente com a garantia de que está tudo bem. O mais recente caso é do governador do banco central da Eslovénia.

"Na actual conjuntura, garantiria firmemente que as medidas funcionam e que apenas poderemos responder no futuro ao que tivermos em cima da mesa", disse Bostjan Jazbec (na foto), numa entrevista citada pela Bloomberg. Mas o responsável esloveno foi até mais taxativo. "Claro que, se me perguntar se há algo mais que possamos fazer, a minha resposta será sempre que sim. Mas agora é preciso? Não."

Mas antes de Bostjan Jazbec já outros membros do BCE garantiram não ser necessárias mais medidas, muito menos o famoso "helicóptero de dinheiro". Erkki Liikanen defendeu, numa entrevista publicada na quinta-feira, 9 de Junho, que estes "trariam mais desvantagens do que benefícios". "Não precisamos deles e não estão sobre a mesa". "Nem todos os instrumentos não-convencionais são legítimos", acrescentou o governador do Banco da Finlândia.

Um dia antes tinha sido a vez de François Villeroy de Galhau. O governador do banco central francês rejeita que o BCE injecte directamente liquidez na economia e assegurou que essa opção extrema, conhecida por "helicóptero de dinheiro", não consta das que são consideradas legítimas por Frankfurt para tentar acelerar a inflação e o crescimento económico.

As dúvidas em relação à eficácia das políticas adoptadas pelo BCE têm aumentado, numa altura em que a inflação, em Maio, passou apenas de -0,2% para -0,1%. E apesar de a instituição liderada por Mario Draghi ter revisto em alta as projecções para a evolução dos preços em 2016, a estimativa para a inflação "core", que exclui os preços da energia, passou de 1,1% para 0,9%.

Vários economistas mundiais têm defendido que a instituição liderada por Mario Draghi poderá estar, novamente, a ficar para trás. Adair Turner, por exemplo, critica a proibição pública que tem sido feita ao financiamento monetário, justificada pelos receios de abusos políticos. "Em vez de proibi-lo, devemos assegurar o seu uso responsável", defendeu o antigo presidente da Financial Services Authority do Reino Unido, num artigo de opinião para o Project Syndicate e publicado no Negócios a 5 de Junho.

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