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Governador francês: Não precisamos de helicópteros a atirar dinheiro para a economia
Injectar directamente liquidez na economia tem mais desvantagens do que vantagens e não está entre as opções do BCE, disse François Villeroy de Galhau.
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O governador do banco central de França, François Villeroy de Galhau, disse nesta quarta-feira, 8 de Junho, que não concorda com a ideia de o Banco Central Europeu (BCE) injectar directamente liquidez na economia e assegurou que essa opção extrema, conhecida por "helicópteros de dinheiro", não consta das que são consideradas legítimas por Frankfurt para tentar acelerar a inflação e o crescimento económico.
"Helicópteros de dinheiro" trariam mais desvantagem do que benefícios, disse. "Não precisamos deles e não estão sobre a mesa". "Nem todos os instrumentos não-convencionais são legítimos", acrescentou.
Falando em Berlim, Villeroy de Galhau chamou ainda a atenção para os limites às taxas de juro negativas. "Este tipo de medidas não-convencionais, embora útil, deve ser usado com cautela", disse o governador francês citado pela Reuters.
Face a uma economia europeia e mundial em abrandamento, vários economistas - incluindo Ben Bernanke, o ex-presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos - argumentam que a expansão orçamental financiada por novo dinheiro não deve ser excluída do conjunto de ferramentas de política monetária.
Mas falar dos "helicópteros de dinheiro" espoletou um forte contra-ataque, designadamente de Michael Heise, economista-chefe da Allianz, e Koichi Hamada, o principal assessor económico do primeiro-ministro Shinzo Abe e um dos arquitetos do "Abenomics", o programa de recuperação económica do Japão.
Também a entrada das taxas de juro do BCE em terreno negativo tem causado acesa polémica, designadamente na Alemanha, na medida em que tem um impacto particularmente negativo nos países de aforradores.