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Nova arma do BCE atira juros das empresas para baixo de 1%

Mario Draghi arrancou com a compra de empresas, elegendo sectores mais conservadores dos países do sul da Europa.

Reuters
08 de Junho de 2016 às 17:56
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O Banco Central Europeu (BCE) deu o tiro de partida para as compras de dívida de empresas, programa que se junta ao de aquisição de obrigações soberanas. É mais uma das "armas" da autoridade monetária da Zona Euro que logo à partida atirou os juros das cotadas para baixo da fasquia de 1%.


Depois de gastar mais de um bilião de euros em títulos de dívida pública desde Março de 2015, Mario Draghi virou-se para as empresas. Desde que anunciou que iria comprar dívida de cotadas, a taxa das obrigações destas tem vindo a aliviar no mercado secundário. E a taxa média das obrigações do sector não financeiro com "rating" de qualidade chegou a 0,98% no dia de estreia da nova "arma" do BCE, de acordo com o índice do Bank of America Merrill Lynch.


Empresas de sectores mais conservadores foram, segundo os analistas, as eleitas pelo BCE para pôr o programa em marcha. Energéticas, telecomunicações e seguros foram os sectores eleitos, com parte do dinheiro gasto nestas operações a visar títulos do sul da Europa – não há dados para Portugal. De acordo com analistas citados pela IFR, da Reuters, houve compras de dívida a dez anos da Generali, uma segura italiana, mas também de títulos com a mesma maturidade da operadora espanhola Telefónica. Em França, a Engie, uma eléctrica, foi a eleita.


"Por agora, as compras são normais", diz um investidor citado pela Reuters. Tanto em termos de prazos como das empresas que estão a ser alvo, "mas pelo que conseguimos perceber, eles [os bancos centrais em nome do BCE] já estão a tentar diversificar em termos de sectores para evitarem distorções de preços" no mercado.


Essa diversificação pode, contudo, vir a revelar-se difícil. Isto porque o mercado alvo do BCE é limitado. Os títulos que existem estão avaliados entre 500 e 600 mil milhões de euros, mas tendo a ser dominado por grandes empresas francesas e holandesas que têm maior facilidade de acesso ao mercado pelo que poderão não necessitar do dinheiro do BCE.

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