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Banco do Japão descarta usar helicóptero do dinheiro

Haruhiko Kuroda, governador do Banco do Japão, disse que não há nem a necessidade nem a possibilidade de adoptar o helicóptero do dinheiro.

Haruhiko Kuroda, Governador do Banco Central do Japão.


Liderou o ambicioso programa de compra de activos do banco central, um dos eixos da estratégia económica do primeiro ministro de Shinzo Abe. 2015 começou com bons dados económicos.
21 de Julho de 2016 às 12:08
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As medidas que o Banco do Japão tem adoptado para espicaçar a inflação e o crescimento não têm convencido o mercado e os investidores começaram a apostar que a entidade liderada por Haruhiko Kuroda tivesse de reforçar os estímulos, através do helicóptero do dinheiro. Mas o governador do Banco do Japão referiu numa entrevista à BBC Radio 4, citada pela Bloomberg, que "não há necessidade nem possibilidade para o helicóptero do dinheiro".

O helicóptero do dinheiro é uma expressão popular na economia em que os bancos centrais despejam dinheiro directamente na economia em vez de o fazerem através do sistema financeiro, para estimularem a economia. Uma das formas de fazer esta medida levantar voo seria, por exemplo, o Estado japonês emitir dívida perpétua que seria comprada pelo banco central.

Essa hipótese foi considerada por Ben Bernanke como uma das armas mais poderosas para combater a deflação, segundo assessores económicos japoneses que se reuniram com o antigo presidente da Fed este mês. No entanto, Kuroda referiu que "neste momento, o Banco do Japão tem três opções: o alívio quantitativo, qualitativo e taxas de juro negativas", descartando activar o helicóptero.

Os comentários de Kuroda tiveram impacto no mercado, que começava a incorporar nos preços a possibilidade de novas medidas ainda mais agressivas por parte do Banco do Japão. O iene valoriza 0,56% face à moeda única para 0,00854 euros. Já o Stoxx Europe 600 perde 0,24%, deixando de negociar no valor mais alto das últimas quatro semanas. Os mercados accionistas têm valorizado nas últimas semanas, na expectativa de mais estímulos por parte dos bancos centrais, o que ajudou a conter os receios com o Brexit.

"Kuroda acabou por dar algum desapontamento ao mercado, que tinha alterado o seu sentimento e reflectido no preço a possibilidade de termos algo de grande dimensão do lado dos estímulos e que a primeira onda começaria no Japão", referiu Peter Garnry, responsável pela estratégia no mercado accionista do Saxo Bank, citado pela Bloomberg.

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