O Riksbank, o banco central da Suécia, decidiu cortar a taxa directora para um valor negativo. A autoridade monetária deste país escandinavo determinou uma descida para -0,1% da taxa de juro de referência quando esta taxa estava nos 0%. Esta alteração na taxa directora era antecipada por seis dos 18 economistas consultados pela Bloomberg.

O Financial Times escreve que, na base desta decisão de redução da taxa de juro de referência está uma tentativa de travar a queda dos preços no país. Além disso, o Riksbank anunciou ainda que vai comprar obrigações soberanas em resposta ao programa de "quantitative easing" do Banco Central Europeu (BCE). O banco central sueco deverá comprar em torno de 10 mil milhões de coroas suecas (em torno de mil milhões de euros) em obrigações.

O Riksbank revelou, citado pela Bloomberg, que a política monetária "brevemente" vai ser "mais expansionista" através da compra de 10 mil milhões de coroas suecas em dívida com maturidade compreendidas entre um ano e cinco anos. A autoridade monetária comprometeu-se ainda a manter a taxa de juro negativa até que a inflação se aproxime dos 2%, algo que o banco central estima que ocorra no segundo semestre de 2016.

"Para assegurar que a inflação aumenta em direcção ao objectivo, o Riksbank está preparado para rapidamente tornar a política monetária mais expansionista", assegurou o banco em comunicado citado pela Bloomberg.

Na Suécia, a deflação aprofundou-se em Dezembro mas menos do que o estimado, escreve o Financial Times. A taxa de inflação caiu para -0,3% em Dezembro, quando em Novembro estava nos -0,2%.

Banco Central Europeu anuncia compra de dívida pública

A 22 de Janeiro o BCE anunciou que o lançamento de uma programa de compra alargada de títulos, o qual incluirá dívida pública e privada, e que estará no terreno até Setembro de 2016, e manter-se-á até que a inflação da Zona Euro comece a recuperar uma tendência compatível com a meta de 2% que define o mandato do BCE.

As compras serão feitas ao ritmo de 60 mil milhões de euros por mês a partir de Março, um valor que inclui também as compras ao abrigo dos programas de compra de dívida titularizada privada que já estão no terreno desde o final de 2014. Não inclui compra de dívida de empresas como chegou a ser admitido.

Bancos centrais com taxas de juro negativas

A 5 de Fevereiro, o Banco Central da Dinamarca, pela quarta vez desde o início de 2015, cortou a taxa de juro sobre os depósitos, desta vez, para -0,75%. A taxa sobre os empréstimos manteve-se nos 0,05%.

Desde que o banco central da Suíça anunciou o fim da ligação do euro ao franco, a Dinamarca tem estado sob pressão, especulando-se que poderá será a próxima economia a terminar a ligação da divisa nacional à moeda única. Para defender a ligação da moeda única, no dia 19 de Janeiro, a Dinamarca anunciou uma descida surpreendente na taxa de depósitos de -0,05% para -0,2%. Quinta-feira, dia 22 de Janeiro, o banco central voltou a descer a taxa para -0,35%, acompanhando o anúncio de medidas de alívio quantitativo do Banco Central Europeu (BCE). E na quinta-feira, 29 de Janeiro, o banco central alterou novamente a taxa de depósitos, descendo para um mínimo histórico de -0,5%.

Em meados de Janeiro, e antes do BCE ter anunciado o seu programa de compra de dívida, o Banco Central da Suíça revelou que deixou de ter como objectivo uma taxa de câmbio mínimo de 1,20 francos suíços por euro.

Esta meta tinha sido definida pela autoridade monetária há três anos, para proteger a economia suíça da crise da dívida soberana do euro. De forma inesperada, o banco central da Suíça anunciou esta quinta-feira que decidiu abandonar esta ligação ("cap"). Além disso desceu a sua taxa de referência dos depósitos em meio ponto percentual, fixando-a em -0,75%.