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Yellen: "O mundo é grande o suficiente" para os Estados Unidos e China

Secretária do Tesouro norte-americana concluiu viagem a Pequim e diz que foram reuniões com autoridades chinesas foram "diretas" e "produtivas". E lembrou que um corte seria "desastroso para ambos os países".

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos foi menos dura do que na véspera sobre as garantias dos depósitos.
Evelyn Hockstein/Reuters
Negócios com Reuters 09 de Julho de 2023 às 10:29
A secretária de Estado do Tesouro terminou a visita oficial a Pequim com expectativas positivas, reconhecendo que as reuniões bilaterais dos últimos dias com altos funcionários chineses foram "diretas" e "produtivas", ajudando a estabilizar o relacionamento muitas vezes difícil entre as duas potências.

Numa conferência de imprensa após a viagem, Janet Yellen reconheceu que Estados Unidos e China se mantêm em desacordo numa série de questões, mas expressou confiança de que sua visita tenha desencadeado esforços para colocar o relacionamento numa "base mais segura".

"Os EUA e a China têm desacordos significativos", afirmou Yellen aos jornalistas na conferência de imprensa que deu na embaixada em Pequim, apontando até as preocupações de Washington sobre o que chamou de "práticas económicas injustas", mas foi categórica ao dizer que nem ela nem o presidente Joe Biden veem "a relação entre os EUA e a China através do quadro de um conflito de grandes potências". "Acreditamos que o mundo é grande o suficiente para nossos dois países prosperarem", acrescentou.

O objetivo da viagem de Yellen à China foi aprofundar os laços com a nova equipe económica de Xi Jinping, reduzir o risco de mal-entendidos e abrir caminho à cooperação em áreas como as alterações climáticas e o endividamento.

"Acho que fizemos algum progresso e creio que podemos ter um relacionamento económico saudável que seja benéfico tanto para nós como para o mundo", frisou a governante, adiantando que espera agora comunicações mais reguladores entre as equipas económicas dos dois países.

Entre os encontros que teve, Yellen reuniu-se com o primeiro-ministro Li Qiang e o vice-governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng. Na conferência de imprensa que marcou o final da visita, a secretária do Tesouro dos EUA reiterou que Washington não está a tentar forçar um desligamento  - "decoupling" - face à economia da China, dado que isso seria "desastroso para ambos os países e desestabilizador para o mundo". 

Yellen disse que enfatizou aos seus interlocutores chineses que quaisquer restrições de investimento por parte dos EUA seriam "altamente direcionadas e claramente direcionadas, de forma restrita, a alguns setores em que temos preocupações específicas de segurança nacional", para evitar repercussões desnecessárias.

"Nenhuma visita resolverá nossos desafios da noite para o dia. Mas espero que esta viagem ajude a construir um canal de comunicação resiliente e produtivo", resumiu Yellen.

As relações entre Washington e Pequim têm sido sinónimo de tensão entre os dois blocos, sobretudo devido às questões de segurança nacional incluindo Taiwan, as proibições de exportação de tecnologias avançadas e as estratégicas económicas dos dois lados do globo.

O primeiro a visitar a China foi o secretário de Estado, Antony Blinken, que visitou Pequim no mês passado. Foi o mais alto funcionário dos EUA a visitar a China desde que o Presidente Joe Biden iniciou o mandato em 2021. Nas próximas semanas é esperado que também o enviado climático John Kerry visite o país.
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