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Votação à reforma do Obamacare adiada em nova derrota de Trump

Apesar das concessões e reuniões de última hora, o presidente americano não conseguiu convencer a ala mais conservadora dos congressistas republicanos a apoiar a reforma ao Obamacare. A votação à revogação e substituição da reforma promovida por Obama não terá lugar antes de segunda-feira.

Foi uma das primeiras decisões executivas assinadas por Donald Trump assim que tomou posse a 20 de Janeiro: começar a desfazer o plano de apoio à saúde do anterior Presidente, o ObamaCare. Aquela que foi uma das principais bandeiras da política doméstica de Barack Obama será substituída por um novo plano, com menos custos para o Estado. No sábado, Trump prometeu novidades nas próximas semanas. 'O nosso plano proporcionará melhores cuidados de saúde, com um custo muito mais baixo.'
reuters
23 de Março de 2017 às 20:09
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Donald Trump acaba de sofrer novo revés depois de não ter garantido o apoio necessário junto dos congressistas republicanos à prometida reforma ao sistema de saúde dos Estados Unidos, um plano já apelidado de "Trumpcare".

 

Prevista para esta quinta-feira, 23 de Março, a votação da revogação e consequente substituição do Obamacare foi adiada devido à dificuldade do Partido Republicano em assegurar os apoios necessários à sua aprovação, em especial devido às reticências apresentadas pelos congressistas da ala mais conservadora do partido.

 

O líder dos republicanos na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), Paul Ryan, não foi capaz de recolher os apoios necessários, isto apesar de esta quinta-feira vários elementos da Casa Branca se terem desdobrado em diversas reuniões de última hora.

 

Segundo contas feitas pelo New York Times antes ainda de ser conhecido este adiamento, dos 216 votos favoráveis necessários o novo plano merecia apenas o apoio de 144 congressistas, não se contando nenhum democrata entre os apoiantes da reforma ao sistema de saúde.

 

Sendo que o projecto de lei chumbaria com 23 ou mais votos republicanos contra, o New York Times contabilizou em pelo menos 31 o número de congressistas do GOP decididos a votar contra.

 

O próprio Donald Trump reuniu-se, na manhã desta quinta-feira, com os republicanos que integram a linha considerada mais conservadora do partido (designada de "House Freedom Caucus"), um encontro que começou com uma recepção de aplausos em pé para o presidente norte-americano, revelou uma fonte republicana à CNN.  

 

Trump terá feito, ainda segundo fontes republicanas no Congresso, agora referenciadas pelo Washington Post, uma "proposta final" a esta ala mais dura do partido que, mesmo assim, se mostrou irredutível em não apoiar o Trumpcare.

 

Nesta aparente última proposta, segundo referiu o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, Trump acedera às exigências dos republicanos mais conservadores que pretendiam a eliminação da obrigatoriedade de que todos os planos de saúde tivessem de conter benefícios tais como cuidados de maternidade, serviços de emergência ou apoios a doenças psicológicas.

 

Por outro lado, e apesar das concessões, esta ala conservadora considera que a proposta da nova administração americana configura uma espécie de "suave Obamacare". Que mantém, por exemplo, a rejeição aos subsídios previstos para apoiar as famílias com médios rendimentos a adquirirem seguros de saúde. Outro dos objectivos do grupo "Freedom Caucus" é que os cortes ao financiamento da Medicaid surtam efeitos imediatos e não apenas em 2020 como previsto pela reforma Trump.



Trump com vida difícil

Depois de as primeiras semanas terem sido marcadas pela profusão de ordens executivas, os últimos dias de governação têm sido difíceis para Donald Trump. Além das dificuldades em repelir o Obamacare e delinear um novo sistema de saúde que abranja as necessidades da generalidade das famílias com menores rendimentos, o presidente dos Estados Unidos tarda em pôr em marcha o prometido plano económico, que assenta em enormes cortes fiscais (a empresas e famílias) e no aumento da despesa pública decorrente da aposta na construção de grandes infra-estruturas. 

Mas não só. Depois de uma primeira ordem executiva que impedia que nacionais de sete países de maioria muçulmana pudessem viajar para território americano ter sido barrada após decisão de um juíz federal que decretou a suspensão temporária, Donald Trump avançou com uma ordem idêntica. 

Em relação à primeira, esta segunda ordem executiva continha duas diferenças substanciais relatviamente à primeira. A proibição de viajar para solo norte-americano não se aplicava aos titulares de visto nem aos nacionais do Iraque, país cujo Governo é um importante aliado de Washington no Médio Oriente. Todavia esta nova ordem não teve ainda efeitos práticos uma vez que foi bloqueada por decisão de juízes federais


(Notícia actualizada às 20:39)

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