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Trump consegue primeira grande vitória com passo para revogar Obamacare
A Câmara dos Representantes, com maioria republicana, aprovou a reforma ao sistema de cuidados de saúde com que a administração Trump pretende revogar e substituir o Obamacare. É a primeira grande vitória de Trump em mais de 100 dias como presidente dos EUA.
Apesar da maioria republicana na câmara baixa do Congresso, aquela que é a primeira importante vitória legislativa de Trump foi conseguida por uma curta margem de quatro votos (217 a favor e 213 contra) - eram necessários 216 votos favoráveis - com 20 elementos republicanos a votarem contra, tal como todos os 193 democratas. A reforma ao sistema de saúde (Lei Americana de Cuidados de Saúde) terá ainda de ser aprovada pelo Senado, onde o Partido Republicano também detém maioria e onde também se espera uma votação renhida.
Democrats can be heard singing "nah nah nah, hey hey hey, goodbye" https://t.co/w5TFbNY6i7
— Daniella Diaz (@DaniellaMicaela) 4 de maio de 2017
No final de Março, a ala republicana mais conservadora ("House Freedom Caucus") na câmara baixa tinha inviabilizado a votação da reforma, fazendo-a regressar à Casa Branca sem sequer ter sido votada, expondo então a incapacidade da administração para assegurar, no seio dos republicanos, os apoios necessários.
BREAKING NEWS → The House of Representatives just voted to #RepealAndReplace #Obamacare. pic.twitter.com/yu35Qr8YjC
— Paul Ryan (@SpeakerRyan) 4 de maio de 2017
O congressista republicano Chris Collins, citado pelo New York Times, considera que este resultado permite "respirar de alívio", e acrescenta que "estamos a cumprir uma das promessas que fizemos durante a campanha [eleitoral], que o Senado fez, que o presidente fez". Collins passa já a bola aos senadores.
A reacção de Nancy Pelosi foi a esperada, com a líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes a reiterar que esta reforma deixará sem seguro de saúde 24 milhões de americanos. A congressista garante que essa consequência foi a forma encontrada pelos republicanos para financiar a já anunciada intenção de reduzir impostos, incluindo empresas e os mais ricos. Ainda assim, Pelosi mostrou-se confiante em como o Senado rejeitará o plano, impedindo o "projecto de lei de se tornar lei".
Apesar da maioria republicana no Senado (52-48), há senadores do GOP com dúvidas quanto à revogação do Obamacare, pelo que é reduzida a margem para votos contra vindos de elementos do Partido Republicano na câmara alta. Entre as principais dúvidas que assaltam os senadores republicanos está a formulação encontrada no Trumpcare para financiar os custos dos seguros de saúde dos cidadãos mais velhos e dos mais pobres.
O Senado não poderá fazer alterações à legislação nem discutir a mesma antes de o Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla inglesa) - uma entidade federal independente - apresentar uma estimativa dos impactos da reforma. O Washington Post nota que essa deliberação poderá tardar várias semanas, o que implicaria que o Senado não votaria a legislação antes do início de Junho.