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Trump consegue primeira grande vitória com passo para revogar Obamacare

A Câmara dos Representantes, com maioria republicana, aprovou a reforma ao sistema de cuidados de saúde com que a administração Trump pretende revogar e substituir o Obamacare. É a primeira grande vitória de Trump em mais de 100 dias como presidente dos EUA.

Reuters
04 de Maio de 2017 às 19:33
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Ao 105.º dia como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump viu, esta quinta-feira 4 de Maio, o projecto de lei que tem como objectivo repelir e substituir o Obamacare ser aprovado pela Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano. A reforma do sistema de cuidados de saúde era há muito prometida pelo Partido Republicano (GOP) e também por Donald Trump, que tinha na revogação da polémica legislação de Barack Obama uma das anunciadas prioridades. 

Apesar da maioria republicana na câmara baixa do Congresso, aquela que é a primeira importante vitória legislativa de Trump foi conseguida por uma curta margem de quatro votos (217 a favor e 213 contra) - eram necessários 216 votos favoráveis - com 20 elementos republicanos a votarem contra, tal como todos os 193 democratas. A reforma ao sistema de saúde (Lei Americana de Cuidados de Saúde) terá ainda de ser aprovada pelo Senado, onde o Partido Republicano também detém maioria e onde também se espera uma votação renhida.


No final de Março, a ala republicana mais conservadora ("House Freedom Caucus") na câmara baixa tinha inviabilizado a votação da reforma, fazendo-a regressar à Casa Branca sem sequer ter sido votada, expondo então a incapacidade da administração para assegurar, no seio dos republicanos, os apoios necessários.  

A vitória de hoje pertence também a Paul Ryan, líder dos republicanos na câmara baixa, que tinha desde Janeiro a cargo a tarefa de recolher os apoios necessários à aprovação do apelidado "Trumpcare". Ryan os muitos que no partido "esperaram sete anos por esta votação". 


O congressista republicano Chris Collins, citado pelo New York Times, considera que este resultado permite "respirar de alívio", e acrescenta que "estamos a cumprir uma das promessas que fizemos durante a campanha [eleitoral], que o Senado fez, que o presidente fez". Collins passa já a bola aos senadores. 

A reacção de Nancy Pelosi foi a esperada, com a líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes a reiterar que esta reforma deixará sem seguro de saúde 24 milhões de americanos. A congressista garante que essa consequência foi a forma encontrada pelos republicanos para financiar a já anunciada intenção de reduzir impostos, incluindo empresas e os mais ricos. Ainda assim, Pelosi mostrou-se confiante em como o Senado rejeitará o plano, impedindo o "projecto de lei de se tornar lei". 

Apesar da maioria republicana no Senado (52-48), há senadores do GOP com dúvidas quanto à revogação do Obamacare, pelo que é reduzida a margem para votos contra vindos de elementos do Partido Republicano na câmara alta. Entre as principais dúvidas que assaltam os senadores republicanos está a formulação encontrada no Trumpcare para financiar os custos dos seguros de saúde dos cidadãos mais velhos e dos mais pobres. 


O Senado não poderá fazer alterações à legislação nem discutir a mesma antes de o Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla inglesa) - uma entidade federal independente - apresentar uma estimativa dos impactos da reforma. O Washington Post nota que essa deliberação poderá tardar várias semanas, o que implicaria que o Senado não votaria a legislação antes do início de Junho. 

(Notícia actualizada às 20:36) 
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