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Trump contra-ataca e pede combate aos ultraconservadores republicanos

Donald Trump fez esta quinta-feira uma espécie de declaração de guerra interna contra a ala mais conservadora do Partido Republicano, cujos congressistas inviabilizaram o plano com que o presidente americano pretendia substituir o Obamacare.

Joshua Roberts/Reuters
30 de Março de 2017 às 21:33
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O presidente dos Estados Unidos não se dá por vencido e promete vida difícil para os membros do Partido Republicano – designadamente a ala mais conservadora (House Freedom Caucus) que se opôs ao plano de reforma dos cuidados de saúde com o qual Donald Trump pretendia repelir e substituir o Obamacare.

 

Através da sua conta pessoal no Twitter, o presidente dos Estados Unidos avisou que a linha mais dura dos republicanos "vai prejudicar toda a agenda do partido" se não integrar a "equipa". "Temos de lutar contra eles, e contra os democratas em 2018", alertou Trump referindo-se às eleições intercalares para o Congresso agendadas para daqui a dois anos.

 

Não tendo Trump clarificado o real alcance daquilo que pretende com este incitamento de luta intrapartidária, a Casa Branca recusou depois prestar esclarecimentos adicionais. Contudo, o líder dos republicanos na câmara baixa do Congresso (Câmara dos Representantes), Paul Ryan, colocou-se ao lado de Trump e, citado pelo Washington Post, disse compreender a "frustração" do presidente norte-americano.

 

"Eu partilho dessa frustração. Cerca de 90% dos nossos congressistas [republicanos] apoiam este projecto de lei para repelir e substituir o Obamacare e 10% não. E mesmo assim não é suficiente", lamentou.

 

A frustração partilhada por Trump e Ryan resulta do facto de, apesar de o Partido Republicano (GOP) dispôr de maioria em ambas as câmaras do Congresso (Representantes e Senado) e de o presidente em funções ser desta força política, não ter sido possível ao partido sequer levar a votação o chamado Trumpcare.

 

Apesar de o lado democrata ser contra a substituição do Obamacare, bastaria que não mais do que 22 congressistas republicanos votassem contra o Trumpcare para substituir a reforma ao sistema de cuidados de saúde promovida pelo ex-presidente, Barack Obama. Porém, além dos 32 elementos que integram o grupo Freedom Caucus, outros republicanos considerados mais moderados também apresentaram reticências em relação ao Trumpcare.

 

Perante este cenário, que levou ao adiamento da votação do plano de Trump, prevista para a passada quinta-feira, o presidente americano insistiu em fazer descer o projecto de lei a votação na câmara baixa do Congresso logo na sexta-feira seguinte.

 

Nesse sentido e após diversas reuniões entre elementos da Casa Branca e congressistas republicanos, foram feitas concessões de última hora para acolher as exigências dos ultraconservadores que, mesmo assim, não deram o seu apoio ao plano de Trump. Assim, sem que tenha sequer havido votação, o projecto de lei foi retirado do Congresso e regressou à Casa Branca, o que resultou no adiamento, para data incerta, do cumprimento daquela que foi uma das principais promessas republicana: acabar com o Obamacare.

 

A administração Trump, que logo anunciou o centrar de atenções para a também prometida reforma fiscal (enorme corte de impostos a famílias e empresas), teme que a linha dura do partido rejeite também conferir apoio à reforma fiscal quando chegar o momento da votação.

 

Mas o problema é que a generalidade destes congressistas ultraconservadores foram confortavelmente eleitos em Estados tradicionalmente favoráveis ao partido, sendo que muitos deles nem sequer tiveram adversários nas primárias internas republicanas. Como tal, para Trump tornar realidade a sua intenção, terá de encontrar militantes republicanos disponíveis para avançar. 

Rússia interferiu nas eleições americanas

 

Aquele que é um dos temas mais sensíveis para a actual administração americana foi discutido esta quinta-feira pelo Comité de Inteligência do Senado.

 

Na primeira audição pública deste comité sobre o assunto relacionado com a interferência do Kremlin nas presidenciais de 8 de Novembro do ano passado, que Trump levou de vencida, um ex-agente especial do FBI (Watts), segundo escreve o Guardian, explicou  que a proliferação de notícias falsas pró-russas nos media remonta já ao ano de 2009.

 

Contudo este agente considerou que o facto de Trump estar na corrida às últimas presidenciais terá sido visto pelo Kremlin como uma oportunidade para intervir.


Já o senador democrata e vice-presidente deste comité de informações, Mark Warner, afirmou mesmo que o regime russo contratou mais de mil pessoas com o objectivo de promoverem uma campanha baseada em notícias falsas que prejudicassem a candidata democrata, Hillary Clinton, e, em contrapartida, beneficiassem Trump.

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