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Trump disposto a negociar novo plano para a Saúde com ala mais conservadora

Donald Trump estará disposto a negociar com os congressistas mais conservadores as alterações à proposta republicana para substituir a lei de cuidados de saúde promovida pelo antecessor.

Bloomberg
12 de Março de 2017 às 18:43
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"O presidente foi muito aberto e transparente sobre o tema", disse Gary Cohn, principal assessor económico do Presidente dos Estados Unidos, numa entrevista à estação de televisão norte-americana Fox. "Está disposto a aceitar melhorias ao projecto-lei. Cedemos, e o presidente disse-o, para garantir que aceitaremos qualquer coisa que melhore o projecto-lei para todos os norte-americanos", completou.

Ao longo de semanas, Donald Trump foi pouco claro quanto aos termos e aos objectivos do anunciado novo plano para a saúde pública norte-americana, tendo sublinhado - isso sim - que pretende acabar com o diploma conhecido como Obamacare.

Esta semana, o presidente da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), o republicano Paul Ryan, apresentou o novo projecto do seu partido para a reforma do sistema de saúde. O plano prevê o desmantelamento de algumas disposições da lei actual, mas também prevê que se mantenham outras.

A proposta republicana prevê a criação de um sistema de crédito fiscal para incentivar as pessoas a contratarem um seguro de saúde e acaba com o aumento das ajudas para pessoas com baixos rendimentos.

No entanto, o novo plano mantém a protecção do Obamacare para aqueles com condições médicas pré-existentes, evitando que as companhias de seguros se recusem a dar-lhes cobertura.

A ala mais conservadora do partido republicano pretende cortar ainda mais as ajudas aos pobres, enquanto que os mais moderados no Senado se opõem a esta medida, já que os seus Estados aumentaram a sua cobertura médica de forma exponencial graças à lei de Obama.

Confrontado com as divisões internas no seio do seu partido por causa da reforma do sistema de saúde, Paul Ryan alertou hoje que ou os republicanos se põem de acordo, e oferecem uma alternativa aos americanos, ou poderão sofrer "um banho de sangue" nas eleições intercalares de 2018.

Os conservadores norte-americanos concordam em derrogar o Obamacare, que desde 2010 já alargou a cobertura médica a mais de 20 milhões de pessoas, ainda que em alguns casos tenha feito subir os preços, mas não conseguem chegar a acordo quanto à sua substituição.

Os projectos-lei apresentados esta semana já foram aprovados nos comités da Câmara dos Representantes (câmara baixa) e vão passar a plenário nos próximos dias. Serão depois debatidos na câmara alta (Senado), onde a maioria republicana é muito mais estreita e as diferenças de opinião entre os seus representantes são muito mais vincadas.
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