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Republicanos pressionam Trump para provar escutas de Obama
O candidato derrotado em 2008, John McCain, encosta o presidente à parede na polémica das alegadas escutas. Na ala republicana já há vozes a pedir que não se faça uma leitura tão literal dos desabafos no Twitter.
John McCain considera que o presidente dos Estados Unidos tem a obrigação de apresentar provas relativas às alegações, feitas no início de Março, de que o seu antecessor o colocou sob escuta antes das eleições realizadas a 8 de Novembro do ano passado.
Em declarações à CNN, o histórico dirigente republicano, senador do Arizona, referiu que o tema podia ser "esclarecido num minuto" e deu duas hipóteses a Donald Trump: "retractar-se ou fornecer a informação que o povo americano merece". É que, se Barack Obama tivesse mesmo violado a lei, este seria "um assunto sério, para dizer o mínimo".
"Creio que em questões como esta, em que se acusa um antigo presidente dos EUA de algo que não só é ilegal como simplesmente inaudito, é requerida uma colaboração. Deixarei que os americanos sejam o juiz, mas isto é um caso sério", apontou McCain, derrotado por Obama nas eleições de 2008, citado pelo The Guardian.
A 4 de Março, Trump lançou a acusação de que Obama "colocou as [suas] linhas [telefónicas] sob escuta na Trump Tower". Fê-lo num conjunto de 'tweets' publicados na rede social Twitter, sem especificar detalhes ou provas, e referindo-se ao anterior presidente, eleito pelos democratas, como um homem "mau (ou doente)".
Terrible! Just found out that Obama had my "wires tapped" in Trump Tower just before the victory. Nothing found. This is McCarthyism!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 4, 2017
Logo no dia seguinte às acusações, o ex-director dos serviços secretos americanos, James Clapper, que ocupava o cargo durante a campanha para as Presidenciais do ano passado, negou a gravação de conversas durante o seu mandato. Ainda assim, pediu ao Congresso para investigar o caso.
Admitindo que até agora não surgiu nenhuma prova em relação a estas acusações, o republicano Devin Nunes, com assento na Câmara dos Representantes, assinalou também que a imprensa não devia fazer uma leitura tão literal dos desabafos que Trump vai deixando nas redes sociais aos fins-de-semana. "O presidente é um neófito da política e tem vindo a fazer isto há um ano", resumiu.