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Obama recorreu a britânicos para espiar Trump, acusa Casa Branca. Senado diz não ter provas

A Casa Branca citou a televisão Fox News para assegurar que o ex-Presidente Barack Obama solicitou aos serviços de informações britânicos que monitorassem Donald Trump, para "garantir que não havia pistas norte-americanas".

Kevin Lamarque /Reuters
17 de Março de 2017 às 00:34
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O assessor de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, falando no palanque da sala de encontro com os jornalistas, citou relatos não confirmados da Fox que Obama tinha pedido aos serviços de espionagem eletrónica do Reino Unido (GCHQ) que monitorassem Trump, para contornar as restrições legais dos EUA que impedem a monitorização de cidadãos norte-americanos.

 

A história foi uma das várias mencionadas por Spicer como suporte da proclamação bombástica de Trump, que Obama tinha "escutado os [meus] telefones".

 

Numa séria de mensagens divulgadas na sua conta na rede social Twitter, a 4 de Março, Trump acusou Obama de uma conspiração estilo "Nixon/Watergate", que teria por certo infringido a legislação dos EUA.

 

"Terrível! Acabo de saber que Obama tinha os meus telefones na Trump Tower sob escuta", afirmou numa das mensagens. Mas os congressistas dos dois partidos que estão a investigar o assunto não encontraram qualquer prova que apoie a queixa.

 

No relato da Fox, que foi divulgado cerca de duas semanas depois, Andrew Napolitano garantiu que "três fontes dos serviços de informações informaram a Fox News de que o Presidente Obama saiu da cadeia de comando" para ordenar as escutas.

 

"Ele não usou a NSA, ele não usou a CIA, ele não usou o FBI e não usou o Departamento de Justiça", afirmou napolitano, acrescentando que Obama tinha recorrido ao GCHQ.

 

A NSA é a sigla em inglês de Agência de Segurança Nacional, CIA a de Agência Central de Informações e FBI a de polícia federal.

 

A acusação de Spicer, feita em frente do selo da Casa Branca, provocou alguns levantares de sobrolho em Londres e na agência instalada em Cheltenham, que tem trabalhado de perto com os serviços de informações norte-americanos desde há décadas.

 

"As alegações recentes feitas pelo comentador mediático Andrew Napolitano sobre o GCHQ ser solicitado para escutar o então presidente-eleito não têm qualquer sentido", disse um porta-voz do GCHQ à AFP. As alegações são "completamente ridículas e devem ser ignoradas", reforçou.

 

O Reino Unido e os EUA integram, juntamente com Austrália, Canadá e Nova Zelândia, a aliança dos serviços de informações designada "Five Eyes" (Cinco Olhos) forjada no rescaldo da II Guerra Mundial. 

Senado dos EUA não tem provas

 

Apesar destas acusações, a comissão senatorial das Informações afirmou esta quinta-feira não dispor de qualquer prova que apoie as acusações de Donald Trump de que Obama o colocou sob escuta.  

 

"Perante as informações em nossa posse, não temos qualquer indicação segundo a qual a Torre Trump tenha sido sujeita a uma vigilância por qualquer entidade do Governo dos EUA, antes ou depois do dia das eleições presidenciais de 2016", escreveram, em comunicado, o republicano Richard Burr, presidente desta comissão, e o democrata Mark Warner, vice-presidente.

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