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Tensão na Ucrânia opõe Rússia aos Estados Unidos e à União Europeia

Crise na Ucrânia subiu de tom depois do Parlamento da Crimeia aprovar vontade de secessão.

House Passes $1B in Loan Guarantees to Aid Ukraine
06 de Março de 2014 às 22:15
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A troca de acusações entre Moscovo e Washington em torno da situação na Ucrânia subiu esta quinta-feira de tom. Enquanto o departamento de Estado norte-americano condenou as posições defendidas pelo presidente russo, Vladimir Putin, refutando ponto por ponto o que designou por "dez afirmações erradas", a Rússia condenou o que chamou "cinismo" e "arrogância inadmissível" dos Estados Unidos. Isto, no dia em que o Parlamento da região autónoma da Crimeia aprovou a realização de um referendo tendo em vista a anexação do território pela Rússia.

"Nós não vamos descer a uma discussão sobre uma propaganda de baixo nível. Mais uma vez, confrontamo-nos com uma arrogância inadmissível e com pretensões de serem detentores da verdade", fez saber o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado. A resposta teve como destinatário o departamento de Estado norte-americano que apontou para as alegações de Putin como um "romance", chegando mesmo a evocar o escritor russo, Fiodor Dostoievski.

O presidente norte-americano, Barack Obama, advertiu entretanto que a realização de um referendo sobre a eventual integração da república autónoma ucraniana da Crimeia na Rússia constituirá uma violação da soberania da Ucrânia e do Direito Internacional.

O Parlamento da região autónoma da Crimeia avançou ontem com um pedido dirigido a Moscovo de anexação daquela república à Rússia e aprovou a realização de um referendo para dia 16 de Março de modo a apurar duas questões: uma sobre a vontade popular de uma futura integração ao território russo; outra com a readopção da Constituição de 1992.

Todavia, o vice-primeiro-ministro da Crimeia, Rustam Temirgaliev, sublinhou que este referendo servirá apenas para reforçar a decisão aprovada quinta-feira pelo Parlamento, com 78 votos a favor e oito abstenções. O poder político desta península considera que a secessão já é um dado estabelecido e avisou que a Crimeia passou a pertencer à Rússia "a partir de hoje [ontem]".

Ocidente mobiliza-se e dita sanções contra a Rússia

A comunidade internacional apressou-se a reagir à marcação de um referendo que "viola o direito internacional". Os líderes da União Europeia (UE) estiveram reunidos em Bruxelas com o primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk. A principal decisão adoptada passa pela retoma do Acordo de associação UE-Ucrânia, processo interrompido pelo ex-presidente pró-russos, Viktor Yanukovych.

Foi o antigo líder ucraniano quem abortou as negociações de integração da Ucrânia à UE, preferindo uma aproximação a Moscovo, facto que espoletou as manifestações e a sua deposição do poder há apenas duas semanas.

A imposição de sanções é, para já, a retaliação encontrada pela UE e pelos Estados Unidos para tentar demover Moscovo de qualquer pretensão às regiões russófonas da Ucrânia.

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