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Kiev avança com dissolução do Parlamento regional da Crimeia

O Presidente interino da Ucrânia anunciou esta quinta-feira que o Parlamento de Kiev vai avançar com o processo de dissolução do parlamento regional da Crimeia, que convocou um referendo sobre a eventual incorporação da república autónoma ucraniana na Rússia.

Ukraine Parliament to Dissolve Crimea Legislature
06 de Março de 2014 às 18:59
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"O Rada [parlamento ucraniano] vai iniciar a dissolução do Parlamento da Crimeia", declarou Olexandre Tourtchinov, numa comunicação ao país.

 

O referendo é "uma farsa, um crime contra a Ucrânia cometido por militares russos", acrescentou o chefe de Estado ucraniano interino.

 

De acordo com as declarações do vice-primeiro-ministro do governo pró-russo da república autónoma, Rustam Temirgaliyev, hoje citadas por media locais, o parlamento da Crimeia (sul da Ucrânia) convocou um referendo para o próximo dia 16 de Março, em que perguntará aos cidadãos se desejam continuar na Ucrânia ou unir-se à Rússia.

 

Segundo a agência noticiosa espanhola EFE, os deputados da Crimeia aprovaram "por unanimidade" uma resolução que estabelece que a região autónoma "é incorporada na Federação Russa".

 

O Kremlin divulgou que o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha sido informado da decisão do parlamento da Crimeia de lhe pedir para a península ucraniana no Mar Negro se tornar parte da Rússia.

 

"Esta novidade [do pedido] acabou de chegar. O Presidente foi informado", disse o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov à agência oficial ITAR-TASS.

 

Fontes do governo pró-russo da Crimeia indicaram que o referendo terá duas perguntas: "está a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia, como sujeito da Federação Russa?" e "está a favor da aplicação da Constituição da Crimeia de 1992 e do estatuto da Crimeia como parte da Ucrânia?".

 

O parlamento da Crimeia tinha aprovado a 27 de Fevereiro a realização a 25 de maio de uma consulta para alargar a autonomia desta república ucraniana com maioria de população de língua russa.

 

No passado dia 1, o novo primeiro-ministro da Crimeia, Sergiy Aksionov, já tinha antecipado para 30 de Março a consulta popular, que teria como pergunta: "apoia a autodeterminação da Crimeia no interior da Ucrânia na base dos tratados e convenções internacionais?".

 

As novas autoridades de Kiev não reconhecem o governo de Simferopol, que por sua vez considera ilegítimo o executivo central e continua a considerar como Presidente da Ucrânia o deposto Viktor Yanukovych, exilado na Rússia.

 

A Crimeia pertenceu à Rússia, no âmbito da União Soviética, e foi anexada à Ucrânia em 1954.

 

Os censos mais recentes indicam que vivem no território, com 26.081 quilómetros quadrados e que acolhe uma base naval russa em Sebastopol, cerca de dois milhões de pessoas, incluindo 60 por cento de russos, 26% de ucranianos e 12% de tártaros. 

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