Notícia
Pequim aposta nos estímulos orçamentais para combater abrandamento económico
O Banco Popular da China segue as palavras do Partido Comunista que governa o país e que, na semana passada, prometeu assegurar a estabilidade económica, através de uma política monetária flexível.
Pequim já começou a preparar as armas para enfrentar o abrandamento económico chinês no próximo ano. A palavra-chave é "gastar".
As autoridades estão a preparar um aumento na despesa, acompanhado pelo abrandamento do yuan, conjugado com a limitação de uma política mais agressiva.
Esta segunda-feira, o Banco Popular da China (PBOC na sigla anglo-saxónica) fixou a sua divisa nos 6,3669 dólares, um câmbio mais fraco do que a previsão média da Bloomberg. Além disso, o PBOC estabeleceu uma taxa de juro diretora abaixo do que era esperado pelos analistas.
O yuan reforçou 2,6% face ao dólar este ano, motivado pelas exportações chinesas e pelo investimento reforçado no mercado obrigacionista. Segundo a Bloomberg, este ano, o yuan promete bater um novo recorde, desde há seis anos, no índice que compara a divisa com 24 moedas estrangeiras.
Esta medida da instituição financeira liderada por Yi Gang segue a linha determinada pelo Partido Comunista Chinês, que na passada sexta-feira, durante a habitual Conferência Anual do Trabalho, prometeu assegurar a estabilidade económica, através de uma política monetária flexível.
Esta segunda-feira, o yuan avançou 0,1% no mercado "offshore" para os 6,3677, um aumento similar ao mercado onshore, onde a moeda também caminhou 0,1% para os 6,3637 dólares.
Para os analistas como Qi Gao, especialista em estratégia de câmbio no Scotiabank, entrevistado pela Bloomberg, o Banco Popular [Chinês] não quer uma aposta única que levante ou empurre a moeda do país. Para o especialista, "o PBOC quer que o o yuan oscile em ambos os sentidos".
Pequim tem outras "cartas na manga" para controlar yuan
Uma análise cuidadosa do passado pode prever a que outras ferramentas pode recorrer Yi Gang, para gerir a economia no sentido "bullish", utilizando como veículo principal a moeda do país.
Em primeiro lugar, o banco central pode incentivar os credores a apresentarem taxas de juro mais fracas, em segundo, o banco pode reintroduzir o denominado "fator contra-cíclico", na equação utilizada pela instituição para fixar o câmbio da moeda chinesa.
Este método, que foi utilizado pela última vez em outubro de 2020, dá mais influência a Pequim para travar movimentos unidirecionais do yuan, permitindo a reversão rápida de uma tendência.
Para Mitul Kotecha, analista da TD Securities em Singapura, "há um risco de que o banco central recorra ao fator contra-cíclico". O analista deixa ainda claro, numa análise ditada à Bloomberg, que há sinais de que o yuan seja fixado , nos próximos tempos, "nos 6,35 dólares". "É um nível-chave", acrescenta.
Aumentar a despesa mas com cautela
Para além da desvalorização do yuan, Pequim tem uma arma forte para combater o abrandamento económico: a aposta em estímulos orçamentais.
O economistas acreditam que há sinais de que Pequim vai começar a apostar em estímulos orçamentais, depois de o Partido Comunista Chinês ter assegurado que vai "contrariar o abrandamento económico e estabilizar a economia".
De acordo com o Century Business Herald, a administração central chinesa autorizou a emissão de obrigações especiais, a partir de janeiro deste ano, destinadas a 2022.
Em 2021, os governos locais foram autorizados a emitir 3,65 biliões de yuans (509 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual).
Os especialistas acreditam, no entanto, que será difícil para os governos locais manter os altos níveis de despesa a longo prazo, o que sugere que "Pequim vai apostar fortemente nos estímulos orçamentais, apenas no terceiro trimestre do próximo ano, de acordo com Houze Song, investigador no Paulson Institute.
Para além disso, e segundo os economistas citados pela Bloomberg, tudo leva a crer que o clima de aperto sobre o setor imobiliário continuará no próximo ano, depois do colapso "em dominó no setor", provocado pela queda da Evergrande. Os especialistas creem ainda que o setor da tecnologia não será tão surpreendido, como foi em 2021, mas manter-se-á o cenário restritivo.
Espera-se assim que a economia chinesa cresça 3,1% neste trimestre, abrande 7,9% entre abril e junho do próximo ano e registe uma taxa de entretenimento para os 4,9% no último trimestre 2022. Feitas as contas, os analistas, contactados pela Bloomberg apontam para um crescimento anual em 2022 de cerca de 5%.
Estas previsões seguem a linha dos conselheiros económicos do governo chinês. De acordo com a Reuters, Pequim será aconselhada pelos especialistas que acompanham a gestão macroeconómica do governo chinês a reduzir a meta de crescimento do PIB para 2022, de forma a ampliar a margem de manobra para "várias reformas estruturais", adiantaram três conselheiros do Estado chinês, contactados pela Reuters.
As três fontes indicaram à agência britânica que, nas recomendações que irão apresentar à administração de Xi Jinping, apontam para um crescimento económico entre os 5% e os 5,5%, bem abaixo dos 6% estabelecidos para 2021 e dos 8% apontados no início deste ano, por alguns analistas da Bloomberg Intelligence.
As autoridades estão a preparar um aumento na despesa, acompanhado pelo abrandamento do yuan, conjugado com a limitação de uma política mais agressiva.
O yuan reforçou 2,6% face ao dólar este ano, motivado pelas exportações chinesas e pelo investimento reforçado no mercado obrigacionista. Segundo a Bloomberg, este ano, o yuan promete bater um novo recorde, desde há seis anos, no índice que compara a divisa com 24 moedas estrangeiras.
Esta medida da instituição financeira liderada por Yi Gang segue a linha determinada pelo Partido Comunista Chinês, que na passada sexta-feira, durante a habitual Conferência Anual do Trabalho, prometeu assegurar a estabilidade económica, através de uma política monetária flexível.
Esta segunda-feira, o yuan avançou 0,1% no mercado "offshore" para os 6,3677, um aumento similar ao mercado onshore, onde a moeda também caminhou 0,1% para os 6,3637 dólares.
Para os analistas como Qi Gao, especialista em estratégia de câmbio no Scotiabank, entrevistado pela Bloomberg, o Banco Popular [Chinês] não quer uma aposta única que levante ou empurre a moeda do país. Para o especialista, "o PBOC quer que o o yuan oscile em ambos os sentidos".
Pequim tem outras "cartas na manga" para controlar yuan
Uma análise cuidadosa do passado pode prever a que outras ferramentas pode recorrer Yi Gang, para gerir a economia no sentido "bullish", utilizando como veículo principal a moeda do país.
Em primeiro lugar, o banco central pode incentivar os credores a apresentarem taxas de juro mais fracas, em segundo, o banco pode reintroduzir o denominado "fator contra-cíclico", na equação utilizada pela instituição para fixar o câmbio da moeda chinesa.
Este método, que foi utilizado pela última vez em outubro de 2020, dá mais influência a Pequim para travar movimentos unidirecionais do yuan, permitindo a reversão rápida de uma tendência.
Para Mitul Kotecha, analista da TD Securities em Singapura, "há um risco de que o banco central recorra ao fator contra-cíclico". O analista deixa ainda claro, numa análise ditada à Bloomberg, que há sinais de que o yuan seja fixado , nos próximos tempos, "nos 6,35 dólares". "É um nível-chave", acrescenta.
Aumentar a despesa mas com cautela
Para além da desvalorização do yuan, Pequim tem uma arma forte para combater o abrandamento económico: a aposta em estímulos orçamentais.
O economistas acreditam que há sinais de que Pequim vai começar a apostar em estímulos orçamentais, depois de o Partido Comunista Chinês ter assegurado que vai "contrariar o abrandamento económico e estabilizar a economia".
De acordo com o Century Business Herald, a administração central chinesa autorizou a emissão de obrigações especiais, a partir de janeiro deste ano, destinadas a 2022.
Em 2021, os governos locais foram autorizados a emitir 3,65 biliões de yuans (509 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual).
Os especialistas acreditam, no entanto, que será difícil para os governos locais manter os altos níveis de despesa a longo prazo, o que sugere que "Pequim vai apostar fortemente nos estímulos orçamentais, apenas no terceiro trimestre do próximo ano, de acordo com Houze Song, investigador no Paulson Institute.
Para além disso, e segundo os economistas citados pela Bloomberg, tudo leva a crer que o clima de aperto sobre o setor imobiliário continuará no próximo ano, depois do colapso "em dominó no setor", provocado pela queda da Evergrande. Os especialistas creem ainda que o setor da tecnologia não será tão surpreendido, como foi em 2021, mas manter-se-á o cenário restritivo.
Espera-se assim que a economia chinesa cresça 3,1% neste trimestre, abrande 7,9% entre abril e junho do próximo ano e registe uma taxa de entretenimento para os 4,9% no último trimestre 2022. Feitas as contas, os analistas, contactados pela Bloomberg apontam para um crescimento anual em 2022 de cerca de 5%.
Estas previsões seguem a linha dos conselheiros económicos do governo chinês. De acordo com a Reuters, Pequim será aconselhada pelos especialistas que acompanham a gestão macroeconómica do governo chinês a reduzir a meta de crescimento do PIB para 2022, de forma a ampliar a margem de manobra para "várias reformas estruturais", adiantaram três conselheiros do Estado chinês, contactados pela Reuters.
As três fontes indicaram à agência britânica que, nas recomendações que irão apresentar à administração de Xi Jinping, apontam para um crescimento económico entre os 5% e os 5,5%, bem abaixo dos 6% estabelecidos para 2021 e dos 8% apontados no início deste ano, por alguns analistas da Bloomberg Intelligence.