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China tenta estimular consumo e animar economia com corte de taxas
A segunda economia mundial deverá avançar com o maior corte do último ano em duas das principais taxas de juro para tentar animar a economia que tem dado sinais de forte abrandamento.
É uma corrida contra o tempo para evitar um abrandamento forte da segunda maior economia do mundo. O banco central da China e os reguladores financeiros estiveram reunidos nos últimos dias numa tentativa de concertar posições para reavivar a atividade económica. Em cima da mesa já na reunião desta segunda-feira está o corte de juros nas duas principais taxas para empréstimos a um e cinco anos.
A concretizar-se, esta decisão segue-se ao corte surpresa da semana passada na taxa a uma semana e seria o maior do último ano.
De acordo com a imprensa internacional, que cita um comunicado do Banco Popular da China (PBoC, na sigla inglesa), o supervisor instou os bancos a aumentarem os empréstimos a empresas e famílias numa tentativa de estimular o consumo e dar um novo impulso à economia.
Os economistas ouvidos pela Bloomberg esperam que as taxas a um ano sofram um corte de 15 pontos base, a maior desde janeiro do ano passado. O mesmo nível de redução é esperado para a taxa a cinco anos. Estas taxas estão atualmente em 3,55% e 4,2%, respetivamente.
Estas movimentações seguem-se a dados económicos desanimadores para os meses de junho e julho, nomeadamente o crescimento do PIB e a inflação. As autoridades chinesas projetam um crescimento de 5%, uma meta que parece cada vez mais distante.
O setor imobiliário, que sustenta mais de um quarto da atividade económica, tem dados fortes sinais de crise e a Evergrande – o gigante chinês da construção – entregou na semana passada um pedido de proteção de credores no sentido de avançar com uma grande reestruturação do negócio.
Os dados para a inflação também preocupam, uma vez que a variação de preços entrou em terreno negativo no mês de julho.