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Chineses menos gastadores no dia dos solteiros

Os rendimentos, o cenário macroeconómico, a questão geracional e a concorrência de outros eventos deverão prejudicar o consumo durante este 11 de novembro na China, onde desde 2009 se comemora a solteirice, de acordo com a sondagem da Bain & Company.

Turistas chineses gastam três vezes mais por dia do que a média.
Gonçalo Lobo Pinheiro/Lusa
11 de Novembro de 2023 às 14:00
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Mais de três quartos dos consumidores chineses vão estar atentos à carteira, durante o dia dos solteiros, que se comemora este sábado, dia 11 de novembro, de acordo com a sondagem China’s Singles Day 2023, levada a cabo pela Bain & Company e a que o Negócios teve acesso.

O inquérito, que foi realizado em várias cidades chinesas, revela que 77% dos consumidores planeiam gastar menos ou manter as despesas no dia dos solteiros.

Além disso, entre a amostra total, quase metade dos inquiridos afirma que vai procurar marcas mais baratas ou próprias.

"Os consumidores de mais baixos rendimentos, que vivem em cidades pequenas e com poucos recursos, hesitam mais na hora de gastar durante este feriado, especialmente os 'boomers' e a geração Z", refere o estudo.

A questão pode ser mesmo geracional já que esta tendência se mantém "entre os consumidores da geração Z, que vivem em cidades mais antigas e têm rendimentos mais altos, mas ainda não alcançaram o nível económico das gerações anteriores".

"Além das dificuldades macroeconómicas e da falta de confiança a continuar a dissuadir os compradores", acrescenta o relatório da Bain & Company.

A consultora alerta ainda que a concorrência que resulta de eventos idênticos que foram surgindo progressivamente desde a primeira edição do dia dos solteiros em 2009, pode estar a contribuir para este sentimento de cautela ente os consumidores chineses neste dia.

Vendas em direto cativam mas ainda não batem "e-commerce"

Para melhorar as vendas, os comerciantes chineses estão a tentar rentabilizar os negócios, através do comércio eletrónico em direto oferecido por plataformas de vídeos curtos, como a Douyin e a Kuaishou.

A prática é de tal modo inovadora, que a consultora refere que "embora esta tendência já esteja estabelecida na China, as empresas no resto do mundo acompanham de perto o seu progresso e resultados".

Porém, a inovação ainda não se refletiu nas contas, quando chega a altura de comparar os resultados deste tipo de comércio e das plataformas tradicionais de entregas, já que "o gasto médio por cliente devido a estes vídeos curtos em direto é muito inferior ao das plataformas tradicionais de comércio eletrónico", refere Bain & Company.

"Isso deve-se ao serviço ao cliente [que pode ser melhorado], à lentidão das entregas, ao design inadequado das aplicações e às políticas de devolução insatisfatórias", justifica a consultora.

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