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Pequim deve fazer "all-in" no consumo ou economia mundial fica em risco, alerta FMI

Kristalina Georgieva alerta que Pequim deve direcionar o dinheiro para o consumo das famílias e não para o investimento público. Abrandamento chinês pode afetar a economia global.

Kristalina Georgieva, da Bulgária, é a primeira líder do FMI vinda de um país emergente.
Eric Vidal/Reuters
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O abrandamento prolongado da economia chinesa pode afetar todo o globo, alertou esta quinta-feira a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. A instituição colocou a previsão de crescimento do PIB chinês em 4,4%, bastante abaixo da meta de 5,5% estabelecida por Pequim.

 

Apesar deste cenário "negro", impulsionado pelas interrupções nas cadeias de abastecimento e pelos confinamentos impostos na últimas semanas por Pequim para combater uma nova onda de covid-19 que tem assolado alguns centros financeiros do país como Xangai, Kristalina Georgieva manteve, no entanto, uma nota de esperança apelando à ação de Pequim para contrariar este abrandamento.

 

"Felizmente, a China tem espaço político para apoiar a política macroeconómica, incluindo mudar o foco para as famílias vulneráveis de forma a fortalecer o consumo, o que também pode ajudar a apoiar as metas climáticas [de Pequim], de maneira a direcionar a atividade económica para setores com emissões baixas em carbono", alertou a directora-geral do FMI.

 

"O que vemos na China é que o consumo está a ficar aquém do esperado, não estando a recuperar tão fortemente quanto é necessário", constatou Georgieva durante uma conferência de imprensa no âmbito das reuniões anuais de primavera do FMI e do Banco Mundial.

 

Para a líder do FMI é essencial que Pequim "em vez de direcionar o dinheiro para investimentos públicos, o coloque nos bolsos das pessoas, de forma que haja um 'boom' do consumo que provoque mais dinamismo [na economia chinesa].

 

Em linha com com a instituição financeira internacional, vários bancos de investimento em todo o mundo reduziram a suas estimativas de crescimento para economia chinesa para este ano. O japonês Nomura foi o último a realizar uma previsão tendo apontado para um crescimento de 3,9% do PIB (contra os 4,35 estimados anteriormente).

 

No início da semana, também o Barclays reduziu a sua previsão de 4,5% para 4,3%, acompanhado do Bank of America que aponta para que o PIB chinês cresça 4,2% este ano (contra os 4,8% previstos anteriormente).

 

Esta quinta-feira o Ministério do Comércio da China disse que vai aplicar medidas específicas para impulsionar a recuperação do consumo. No primeiro trimestre, o consumo representou 69,4% do PIB chinês, segundo os dados disponibilizados por Pequim.

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