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Banca chinesa foge do crédito com receio da desacelaração da economia

Instituições financeiras são obrigadas a cumprir uma quota de concessão de empréstimos para estimular o tecido empresarial, mas preferiu recorrer à emissão de títulos garantidos para limitar o risco de exposição ao malparado.

EPA
05 de Janeiro de 2022 às 09:52
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Os bancos chineses estiveram preocupados ao longo do mês passado em cumprir as quotas anuais de empréstimos bancários impostas pelo Estado. Segundo o Financial Times, as instituições financeiras fizeram-no através da aquisição de instrumentos financeiros de baixo risco, em vez da emissão de crédito, o que os analistas acreditam é reflexo das preocupações com a economia do país.

A administração liderada pelo presidente Xi Jinping quer que os bancos concedam mais crédito à economia, especialmente a pequenas e médias empresas em setores que o Estado pretende estimular como a agricultura ou os veículos elétricos. No entanto, os bancos parecem relutantes em fazê-lo e a razão poderá ser a desaceleração da economia.

"Apoiar a economia é uma obrigação política à qual não podemos dizer que não", diz ao FT um executivo do Zhongyuan Bank que pede para não ser nomeado. "As perdas que temos ao comprar garantias bancárias são menores do que nos empréstimos a negócios sem qualificações".

A mesma fonte explica que os bancos chineses veem uma diminuição na quantidade de negócios com capacidade financeira. As empresas usam estes títulos garantidos como forma de pagamento ao trocá-los junto dos bancos emitentes. Também podem ser comprados e vendidos em bolsas como a Shanghai Commercial Paper Exchange.

A par dos pedidos à banca para que aumente a liquidez na economia, a administração de Xi tem tentado travar o elevado endividamento. Outro responsável bancário afirmou igualmente ao FT que esta regulação mais apertada tem afetado os seus clientes, em especial em setores como o imobiliário ou a edução privada. Sublinhou não esperar melhorias.

"As autoridades querem que apoiemos a economia real enquanto mantemos os maus créditos sob controlo. É algo difícil de conseguir no atual ambiente empresarial", disse um responsável de outro banco. Já Bo Zhuang, analista da gestora de ativos Loomis Sayles em Singapura, acrescentou em declarações ao FT que "isto é um enigma que a atual conjugação de políticas não consegue resolver".
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